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Amor à Prova de Cortes: Casal reata após mulher amputar pênis do companheiro

Homem e ex-esposa redescobrem o amor em trocas de cartas após ela cortar órgão genital dele ao descobrir traição

Por João Paulo Ferreira | 8 abril, 2024 - 13:23

Foto: Redes sociais

No fim de 2023, a vida de Daiane dos Santos Farias, 34 anos, cozinheira, e Gilberto Nogueira de Oliveira, 39 anos, frentista, estava prestes a unir-se em matrimônio. Vivendo em Atibaia, interior de São Paulo, com filhos de relações passadas, planejavam uma existência conjunta até que um evento catastrófico alterou seus destinos. Gilberto, envolvido em um caso extraconjugal com a sobrinha adolescente de Daiane, desencadeou uma reação vingativa por parte de Daiane, culminando na amputação de seu pênis.

Em uma noite supostamente romântica, Daiane executou seu plano de vingança, que resultou em sua prisão e na luta de Gilberto pela recuperação física, enfrentando cirurgias e a futura instalação de uma prótese peniana. Inicialmente, Gilberto declarou não haver espaço para perdão, mas sentimentos evoluíram, e o casal começou a trocar cartas, nas quais Daiane expressava remorso e detalhava as árduas condições prisionais.

As cartas, uma forma de comunicação entre duas almas feridas, tornaram-se o veículo para a expressão de sentimentos complexos e profundos. Daiane, da sua cela, descrevia a vergonha e as adversidades enfrentadas, enquanto Gilberto, do lado de fora, oferecia perdão e apoio, sinalizando um desejo de retomada do relacionamento.

A carta de Daiane a Gilberto reflete a dor e o isolamento vivenciados por ela, uma mistura de remorso e saudade. Ela pede perdão e questiona a possibilidade de reconexão, enquanto descreve a dura realidade de sua vida prisional, marcada pela falta de higiene e pelo distanciamento de seus filhos.

Na resposta de Gilberto, encontramos a expressão de um amor que transcende a tragédia. Ele confirma o perdão a Daiane, expressando tristeza por suas condições de vida e reafirmando seu amor. Gilberto detalha também as próprias dificuldades físicas e emocionais enfrentadas desde o incidente, mas sublinha sua esperança de um futuro juntos, oferecendo suporte financeiro e emocional.

Este intercâmbio de cartas revela não apenas a complexidade dos sentimentos humanos diante do inimaginável, mas também a capacidade de perdão e de amor incondicional. Gilberto e Daiane, cada um à sua maneira, buscam fechar as feridas do passado e construir uma nova realidade juntos, apesar das barreiras legais e sociais.

A trajetória de Gilberto e Daiane, do amor ao caos e, possivelmente, de volta ao amor, oferece um vislumbre da profundidade e da resiliência do espírito humano. Enquanto Daiane enfrenta o julgamento e Gilberto a recuperação, ambos compartilham a esperança de reconciliação e de um novo capítulo em suas vidas, marcado não pela tragédia, mas pelo perdão e pela compaixão.

A carta enviada por Daiane para Gilberto

 

“Oi, minha vida!

Nem acredito que recebi uma carta sua. Fiquei muito feliz e sem reação, pois imaginei que nunca mais teria qualquer tipo de contato contigo. Não estou bem, obviamente. Tanto pelo o que aconteceu, quanto pela saudade dos meus filhos. Você sabe a mãe que sou para os meninos. Até mesmo para a Lolô [filha de Gilberto com outra mulher]. Sinto muita falta deles todos.

Sobre o que aconteceu, garanto a você: tinha que acontecer. Nada é por acaso. Tudo tem a permissão de Deus. A palavra ‘resiliência’ tem vários significados. Um deles é que, em meio a um turbilhão de coisas ruins, temos que tentar tirar algo de bom e de positivo. Então, tudo o que aconteceu foi para o nosso aprendizado.

Estou aprendendo muitas coisas que um dia queria um dia poder compartilhar contigo. No dia 22 de dezembro, peguei folga para comprar as coisas para o Natal das crianças. Um dia antes, estávamos muito bem. Mas, logo depois, nosso castelo desmoronou. Tudo o que conquistei sozinha e que estávamos conquistando juntos ruiu. Mas enfim, já foi. Não tem como voltar atrás.

Vivíamos muito felizes. Estávamos reformando a casa, compramos um carro novo. Nossa casa ia ficar linda, toda planejadinha. Nossos filhos estavam felizes. Eu ia ter o meu jardim. No dia 10 de janeiro, íamos fazer a mudança, lembra? Você disse que íamos trocar alianças. Não vou dizer que a nossa vida era perfeita porque perfeito só Deus. Mas nossa vida era maravilhosa. Mas olha no que deu, né? Lembra quando dizíamos que seria só nós dois? Que teríamos um dia diferente? Lembro disso todos os dias. Era tudo como nós sonhamos.

Hoje, não tenho nada. Só um uniforme de presidiária e duas calcinhas para usar. Você sabe como sou com a minha higiene. Estou há 60 dias usando só essas duas roupas íntimas. Não tenho um creme nem shampoo. Não tenho um aparelho decente para me depilar. Não tenho literalmente nada. Mas tenho a minha fé, que é tudo.

Você sabe melhor do que ninguém o que sinto por você. Tudo o que aconteceu foi num momento de cegueira. Foi uma parte emocional que tomou conta de mim. Você sabe o quanto me dedicava a você. Jamais teria capacidade de te fazer algo ruim. Demonstrava em pequenos gestos todo o amor que sentia por você. Às vezes, deixava um bombom na sua gaveta. Fazia questão de lavar as suas meias para você nunca usar no dia seguinte o mesmo par. Eram muitos beijinhos antes de você dormir. Tudo isso era demonstração de amor.

Sempre te falei que os melhores momentos do meu dia eram quando você chegava do trabalho à noite e me dava um abraço. Tudo isso era maravilhoso, pelo menos para mim. Uma pena que você não percebeu a mulher que tinha ao seu lado. Eu não mereci nada disso. Agora estou presa. Logo eu que era livre e independente. Trabalhava duro de dia e de noite. Estou ficando desesperada nesse lugar. Sem nenhum conforto e com banho gelado.

Você perguntou se eu estava trabalhando. Ainda não. Me ofereceram serviço aqui. Mas não aceitei porque quem trabalha passa pela revista íntima e tem que tirar toda a roupa. Já imaginou a vergonha que vou passar se as funcionárias descobrirem que eu só uso duas calcinhas?

Ninguém veio me visitar porque a cadeia onde estou é longe. Para mim, está sendo uma tortura ficar sem trabalhar e com saudades dos meus filhos, dos bichos e de você! Estou péssima. Emagreci bastante. Tenho que compartilhar a cela com duas garotas que, às vezes, nem banho tomam.

Já chorei muito por tudo, principalmente por estar longe de você, meu alicerce. Sinto muito a sua falta. Temos muito o que conversar. Olha, não sei o que será de nós quando sair daqui. Porém, o amor não acaba do dia para noite.

Quero que saiba que te perdoo e peço também perdão para você e para a sua família. Obrigada por querer me ajudar. Mas o que realmente preciso é sair daqui. Faça alguma coisa para isso, por favor. Teria como você vir me visitar? Continua escrevendo cartas. Manda toda semana fotos suas e das crianças. Estou escrevendo essa carta de madrugada, com pouca iluminação. Desconsidere, por favor, os erros de português.

Coloquei a nossa vida nas mãos de Deus. Se for da vontade Dele, e da sua, claro, vamos reconstruir as nossas vidas quando sair daqui. Eu te amo, eu te amo, eu te amo!”

A carta-resposta de Gilberto para Daiane

“Daiane, meu amorzinho,

Espero que você esteja bem, apesar de saber que a vida na cadeia é desumana.

Recebi a sua carta e fiquei muito chocado com os seus relatos. Estou muito triste com as suas condições precárias de higiene. Logo você que sempre foi tão vaidosa e tomava tantos banhos por dia. Isso tudo aumenta a culpa que eu sinto por ter te traído. Tenho consciência de que foi a partir desse deslize que a nossa desgraça começou. Assim como você, também acredito que tudo isso que estamos passando seja um propósito de Deus. Se pudesse, acredite em mim, eu trocaria de lugar com você, pois eu te amo muito além da tragédia que aconteceu em nossa vida.

No passado, estava muito preocupado porque as pessoas estavam me atacando, me chamando de pedófilo, coisa que eu nunca fui. Por isso, disse coisas que não queria. Disse que você deveria pagar pelo que fez. No entanto, diante de tudo que você está passando, acho que você já pagou até demais. Não suportei ver a humilhação pública de ter a sua foto tirada na delegacia divulgada nos meios de comunicação como se você fosse uma criminosa. Coisa que eu sei que você nunca foi. Pelo contrário. Você sempre foi carinhosa, companheira, mulher guerreira, trabalhadora, mãe presente dos seus dois filhos e até da minha pequena Lolô, que nem sua filha é.

Dormindo sozinho, onde era para ser o nosso quarto, refleti longamente sobre nós dois. Sinto a sua falta todos os dias. Nós realmente fomos feitos um para o outro. Olha, não me interessa o que as pessoas vão falar sobre a minha decisão. Vou responder à pergunta que você fez na carta anterior: eu já te perdoei! Eu entendo os seus motivos. Tínhamos planos de viver juntos para sempre. Estávamos no auge da paixão. Montando uma casa linda para morarmos. Eu vim e estraguei tudo. O meu coração está partido em pedaços porque seus filhos estão separados, longe da mãe, perguntando por você todos os dias. Até os seus gatos e cachorros sentem a sua falta.

Ganhei uma prótese peniana de um médico. Ele disse que vai implantar em breve. Apesar de tudo ter cicatrizado direitinho, passei por momentos difíceis por causa de pedras nos rins. Fiz uma cirurgia recentemente para retirá-las. No entanto, não deu muito certo por causa de uma infecção. Mas vou ficar bem, prometo.

Fiquei muito preocupado com as suas dificuldades da cadeia. Vou providenciar roupas íntimas novas para você e dinheiro para comprar produtos de higiene pessoal. Pretendo te fazer visitas tão logo seja possível.

Hoje, vou te dizer o que se passa no meu coração. Quero que você saia daí o quanto antes para cuidar dos seus filhos e de mim. Estou contando os dias para você voltar para casa. No dia em que a Justiça te libertar, saiba que estarei no portão te esperando com os braços abertos. Tenha muita fé, creia em Deus, que tudo vai dar certo.

Eu te amo, minha vida!

Do seu marido, Gilberto”

Créditos ao Blog True Crime

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