Por João Paulo Ferreira | 14 novembro, 2024 - 8:33
Na noite da última quarta-feira (13), explosões próximas ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, resultaram na morte de um homem identificado pela Polícia Civil do Distrito Federal como Francisco Wanderley Luiz. O episódio aconteceu por volta das 19h30, deixando a região em alerta e reforçando as medidas de segurança.
Francisco Wanderley Luiz, natural de Rio do Sul (SC), era conhecido nas redes sociais como Tiü França. Em 2020, ele concorreu ao cargo de vereador na cidade catarinense pelo Partido Liberal (PL), mas não obteve votos suficientes para ser eleito. Suas postagens no Facebook, que já foram removidas, incluíam críticas às instituições e defesas de pautas polêmicas, como urnas auditáveis. Em uma publicação, ele chegou a descrever o STF como “galinheiro”, sugerindo que teria adentrado o órgão para desafiá-lo.
O primeiro estrondo aconteceu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. A explosão veio de um veículo que continha fogos de artifício e tijolos no porta-malas, registrado em nome de Wanderley Luiz. Em questão de segundos, uma segunda explosão foi ouvida na Praça dos Três Poderes, área que abriga o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Fontes das investigações relatam que Wanderley Luiz tentou acesso ao prédio do STF, mas foi barrado. Testemunhas e agentes de segurança informaram que ele lançou explosivos na direção do edifício e revelou ter dispositivos presos ao corpo. Ao perceber a aproximação de um segurança, ele exibiu algo semelhante a um relógio digital, que parecia acoplado a um artefato explosivo, deitando-se no chão em seguida. A Polícia Militar do Distrito Federal confirmou que o indivíduo ativou um explosivo, tirando a própria vida.
Após o incidente, a área foi isolada e passou por varredura com auxílio de cães farejadores e robôs. Todos os edifícios próximos, incluindo o aeroporto de Brasília, receberam reforço de policiamento. O STF evacuou seu prédio e uma sessão em andamento na Câmara dos Deputados foi suspensa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrava-se no Palácio da Alvorada, a poucos quilômetros do local, e reuniu-se com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, além do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, para discutir o ocorrido. A Polícia Federal iniciou um inquérito e enviou equipes especializadas ao local para coordenar a investigação e garantir a segurança.
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, manifestou preocupação e ressaltou o compromisso em colaborar com as investigações. Em nota, o STF garantiu estar cooperando com as autoridades para a elucidação do caso, pedindo cautela até o término das investigações.
A segurança em torno do STF e de seus ministros tem sido uma questão recorrente, especialmente após ataques e manifestações intensificadas desde 2022. Em janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram o STF, deixando severos danos ao patrimônio público. Esse histórico de hostilidade motivou o aumento da proteção aos ministros, que agora contam com esquemas de segurança reforçados.
Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a apuração das motivações do ataque é prioridade, enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, reiterou a importância de garantir a integridade de servidores e visitantes. Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, condenou atos de violência, classificando-os como inaceitáveis.
O atentado em Brasília ocorre dias antes da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, evento que reunirá líderes de diversas nações, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente chinês Xi Jinping. As explosões elevam a vigilância em torno de eventos internacionais no Brasil e aumentam a pressão por segurança.
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