Fale Conosco Entre em Nosso Grupo Fale com a Redação Caminhoneiros desafiam o governo e tentam parar o país nesta segunda - Jornal OSM - O sul-mato-grossense
Destaques
Brasil

Caminhoneiros desafiam o governo e tentam parar o país nesta segunda

Ministério da Infraestrutura foi à Justiça e conseguiu liminares para impedir bloqueios de rodovias em 20 estados

Por Viviane Freitas | 1 novembro, 2021 - 14:38


Enfurecidos pelos constantes reajustes no preço do diesel e insatisfeitos pela falta de diálogo com o governo federal, caminhoneiros autônomos de todo o Brasil tentam promover, a partir desta segunda-feira (1°/11), greve que traga consequências palpáveis à economia do país e obrigue as autoridades a ceder aos apelos da categoria.

A maioria das lideranças rechaça publicamente eventual bloqueio das rodovias por parte dos grevistas, mas essa possibilidade é o que mais preocupa o Ministério da Infraestrutura, que foi à Justiça e obteve liminares em 20 estados para impedir a prática.

Apesar da ofensiva do governo federal, o movimento mantém a pretensão de paralisar nesta segunda e demonstra irritação com o ministro Tarcísio de Freitas. O chefe da pasta da Infraestrutura tem dado várias declarações minimizando os riscos da greve – e causando ainda mais revolta nos profissionais estradeiros.

Em uma palestra pública, o ministro criticou “meia dúzia de lideranças” que convocam greves frequentemente, disse que os autônomos são minoria no setor e pontuou que a falta de apoio das transportadoras condenaria o movimento a ser diminuto. “Eles tentam aproveitar o que aconteceu em 2018 [uma grande greve de caminhoneiros que realmente parou o país], mas o que aconteceu em 2018 não vai acontecer tão cedo. A turma que financiou 2018 tá fora. Nosso único desafio é não deixar bloquear rodovia”, disse Tarcísio de Freitas, em posição confirmada oficialmente pelo ministério.

A mobilização dos profissionais, porém, ganhou força desde então. Uma das vitórias mais expressivas dos autônomos nos últimos dias foi a adesão ao movimento das principais centrais sindicais do país, incluindo a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical. Uma nota conjunta em apoio às pautas dos caminhoneiros, como a redução do preço do diesel e a revisão da política de preços da Petrobras, foi divulgada pelas entidades sindicais no início da tarde de quinta (28/10).

Na sexta (29/10), o presidente da Central dos Sindicatos do Brasil (CSB), Antonio Neto, previu que a paralisação terá grandes proporções. Ele disse que se reuniu com lideranças de caminhoneiros e de sindicatos de transporte e logística para conversar sobre detalhes do protesto. “A greve vai acontecer à 0h do dia 1º de novembro. O Brasil vai começar a parar. Estamos apoiando esta greve. Esses excessos de preços causam revolta em todos os trabalhadores brasileiros”, afirma Neto, que também é presidente do PDT em São Paulo.

“Esta greve é de todo o povo brasileiro. É de quem está tendo de comprar gás e não consegue pagar, a energia está subindo… o povo brasileiro não aguenta mais pagar os lucros bilionários de meia dúzia de acionistas”, acrescenta o sindicalista.

O que esperar
Ainda que não seja de grandes proporções, a greve que começa nesta segunda traz ameaças reais para vários segmentos do setor produtivo, segundo o analista líder para o Brasil da consultoria internacional Control Risks, Mário Braga. “O provável fechamento de trechos de rodovias pelo país, mesmo que a paralização não conte com o apoio integral da categoria, pode resultar em dificuldades para cadeias de suprimentos, afetando desde linhas de produção até o abastecimento de produtos para os consumidores finais”, enfatiza Braga em entrevista ao Metrópoles.

O analista de riscos lembra que o modal rodoviário é onde circula a maioria da carga no país. “Esta realidade é estrutural e faz com que protestos de caminhoneiros tenham o potencial de gerar impactos significativos para empresas de diversos setores – desde o escoamento de grãos e transporte de peças à indústria e bens de consumo e pequenos comércios, por exemplo.”

Riscos fiscais
A resposta do governo federal a essa pressão dos caminhoneiros é fonte de outro tipo de riscos, afirma ainda o analista Mário Braga.

“Em meio ao contexto da corrida eleitoral de 2022, o presidente Jair Bolsonaro deve seguir tentando adotar medidas pontuais para conter o impacto do alto preço dos combustíveis sobre a inflação e sua popularidade. Esse cenário deve levar a um alto grau de volatilidade nas políticas públicas focadas neste tema, já que, em vez de solução estruturais, o governo tem historicamente optado por atalhos e soluções de curto prazo em razão das dificuldades de coordenação junto ao Congresso para a aprovação de pautas complexas, sobremaneira as de cunho econômico”, ressalta o especialista.

“Essa instabilidade deve seguir gerando preocupações quanto ao rumo da política fiscal, além de abalar a confiança de investidores e empresários. Como consequência, o relativamente alto grau de incerteza deve adiar decisões de investimento, tendo um efeito negativo para a recuperação do país ao longo do próximo ano”, completa.

Mais Notícias
Capital

Jovem de 19 anos morre ao bater moto em poste na Duque de Caxias

23 novembro, 2024

Polícia

PRF apreende drogas avaliadas em R$ 2,4 milhões em Três Lagoas

23 novembro, 2024

Esportes

Dourados AC anuncia Ito Roque como técnico para Estadual e Copa do Brasil

23 novembro, 2024

Feito com amor ♥ no glorioso Estado de Mato Grosso do Sul - Design por Argo Soluções