Por Redação | 4 janeiro, 2022 - 10:58
Três faixas com uma mesma mensagem de ameaça a motociclistas foram retiradas nesta segunda-feira (3) de ruas de Vitória, Capital do Espírito Santo pela Semsu (Secretaria de Segurança Urbana). O material é idêntico ao registrado em São Paulo, tanto na capital, quanto em cidades da região metropolitana, e atribuído ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
A faixa proíbe os motoqueiros de “tirar de giro”, expressão que se refere a apertar a embreagem até a moto fazer barulho, e “chamar no grau”, que é empinar o veículo. Quem descumpre a ordem, diz a mensagem, está “sujeito a cacete”.
Os materiais foram fixados nos bairros de São Pedro, Ilha das Caieiras e Santo André, na chamada Grande São Pedro, região marcada há anos pela violência.
Em Osasco, na Grande São Paulo, uma faixa idêntica ficava a apenas 600 metros do 7º Distrito Policial. Uma outra faixa também foi flagrada pelo UOL na Brasilândia, zona norte da capital, onde dois PMs foram cercados e agredidos por frequentadores de um baile funk.
Questionadas se a facção criminosa fixou as faixas na capital capixaba, a Polícia Militar e a Polícia Civil do Espírito Santo não responderam.
A Polícia Militar informou que não foi registrado nenhum caso de agressão ou ameaça a qualquer cidadão na região da Grande São Pedro. A Polícia Civil disse que nenhum inquérito foi instaurado pelo crime de ameaça.
Nenhuma das forças de segurança respondeu se haverá alguma investigação para saber quem colocou as faixas nos bairros.
A Semsu respondeu que tem feito operações com a Guarda Civil Municipal em todas as regiões da capital para coibir comportamentos ilícitos de motociclistas no trânsito.
A reportagem do UOL conversou com alguns moradores da região. Eles preferiram não se identificar por questões de segurança.
Uma dona de casa, de 37 anos, moradora do Bairro São Pedro disse que depois que colocaram as faixas, diminuiu o número de motos barulhentas pelas ruas. “Não concordo com a ameaça, mas a verdade é que diminuiu o barulho. Principalmente à noite”.
Outra dona de casa, de 28 anos, disse que espera que o sossego continue. “Tenho uma filha pequena, de 2 anos. Às vezes coloco ela pra dormir, passa uma moto e ela acorda. Aí é uma luta para fazer ela dormir de novo”, contou a moradora da Ilha das Caieiras.
23 novembro, 2024
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