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Governo demite 54 funcionários da Secretaria de Saúde Indígena e da Funai

Ao todo, 11 coordenadores regionais foram dispensados da Sesai e 43 servidores de cargos regionais e nacionais da Funai; exonerações vêm na esteira da declaração de emergência em saúde pública no território Yanomami

Por João Paulo Ferreira | 24 janeiro, 2023 - 15:07

Na última segunda-feira (23), o Diário Oficial da União (DOU) informou a exoneração de pelo menos 54 servidores que atuavam na Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), órgãos do governo que tratam da saúde e assistência aos povos originários do país.

Pela manhã, o DOU apontou 11 demissões de coordenadores regionais da Sesai, incorporada ao Ministério da Saúde. Entre eles, está o coordenador do distrito sanitário Leste de Roraima, responsável por dar assistência aos povos Yanomami que estão em situação de emergência em Saúde Pública, declarada na semana passada.

Pela tarde, em uma edição especial do DOU, foram publicadas mais 43 dispensas, desta vez em cargos regionais e nacionais da Funai. Destes funcionários, 22 eram coordenadores regionais, 15 eram coordenadores setoriais e seis diretores, assessores e secretários vinculados diretamente à Presidência da República. As exonerações feitas pelo governo federal não apontavam substitutos, que devem ser nomeados nos próximos dias.

As exonerações vêm na esteira da declaração de emergência em saúde pública no território Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, em Roraima, instituída pelo Ministério da Saúde após detectar e resgatar pessoas que estavam vivendo em casos severos de desnutrição e malária. A portaria foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União da sexta-feira passada.

A situação já havia sido denunciada pela etnia no ano passado. O estado declarado permite que a pasta atue de maneira emergencial na situação, estabelecendo o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE – Yanomami) para resposta ágil diante do caso.

Dentre as diversas medidas permitidas está a contratação emergencial de profissionais para atuar na resolução do problema, bem como a aquisição de bens e serviços. De acordo com o levantamento do portal Samauma, 570 crianças com menos de cinco anos morreram nos últimos anos por doenças que poderiam ter sido evitadas. As vítimas são de mais de 120 comunidades.

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