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Morre menina de 11 anos que teve perna esmagada por carro alegórico

Criança passou por uma cirurgia de oito horas, em que foi amputada uma das pernas. Após a operação, ficou em estado gravíssimo.

Por Redação | 22 abril, 2022 - 15:00

A menina de 11 anos, Raquel Antunes da Silva, que sofreu um acidente em um carro alegórico da escola Em Cima da Hora na Sapucaí morreu nesta sexta-feira (22). A criança passou por uma cirurgia de oito horas no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, em que foi amputada uma das pernas. Após a operação, ficou em estado gravíssimo. Imagens após o acidente mostram marcas de sangue, carro alegórico arranhado e chinelos que seriam da menina.

A morte foi confirmada pela direção do Hospital Municipal Souza Aguiar, por meio de nota enviada pela Secretaria municipal de Saúde (SMS). O óbito aconteceu às 12h10min desta sexta.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, lamentou a morte da criança em seu perfil no Twitter e disse que vai acompanhar a investigação policial que apura as responsabilidades.

“A morte da pequena Raquel nos deixa um grande sentimento de tristeza. Vamos acompanhar de perto a investigação policial que apura as responsabilidades e estamos, através de nossa secretaria de Assistência, dando apoio aos familiares. Minha solidariedade neste momento de dor”, disse Paes.

Mãe passa mal

A mãe de Raquel, Marcela Portelinha Antunes, que está grávida, passou mal ao chegar ao hospital logo após a morte da criança. Ela estava acompanhada por outras três mulheres. Ao sair de um táxi, antes de passar pela entrada do hospital, ela desmaiou e foi socorrida em uma maca.

Desde quarta-feira, familiares relatam que Marcela tem tido diversos desmaios e que estava traumatizada desde que soube que a filha tinha amputado uma perna por conta do acidente. Marcela está grávida de 3 meses e também passou mal na tarde de ontem enquanto falava com jornalistas no hospital.

‘Eu perdi essa guerra’

Aline da Mota, pastora amiga da família, chegou ao hospital gritando. Aos prantos, ela repetiu diversas vezes “eu perdi essa guerra”, e relatou que foram feitas rodas de orações pela melhora da menina.

—- Eu perdi, eu sou pastora da família, eu perdi essa guerra. Eu orei tanto, eu pedi tanto, eu falei “Senhor, dá mais uma oportunidade”. Eu perdi essa guerra. Fizemos uma corrente de oração pra ajudar a Raquel. Eu perdi essa guerra. Meu Deus, eu não acredito. Eu pedi tanto. Por que, senhor, por que? Ai, senhor, a tua vontade dói. A tua vontade machuca — disse a mulher, que foi amparada por amigas e familiares de Raquel, também aos prantos.

A pastora contou que a escola de samba não ofereceu suporte à família e que ainda teria tentado culpar a mãe da menina pelo acidente.

— A gente está aqui desde quarta-feira, das 11h da noite. A gente acha desumano da escola que aconteceu uma fatalidade com a Raquel. Eu acho desumano não comparecer ninguém aqui como se a família fosse cachorro. Estamos sofrendo uma perda enquanto as escolas de samba ainda estavam reclamando porque parou (o desfile) por uma hora e falaram “ela só perdeu uma perna”. Ela não só perdeu uma perna, ela perdeu a vida. Enquanto estavam desfilando às 2h30, Raquel estava amputando a perna. E agora perdeu a vida —- disse.

A pastora contou que Raquel cantava no coral da igreja dela e que não estava participando do desfile, mas que foi convidada por uma colega para ver o carro alegórico.

—- Raquel não foi desfilar, como estão dizendo por aí que a mãe não estava olhando. Raquel foi pra uma praça com a mãe. Pediu à mãe “me leva pra praça pra passear”. E sabe o que aconteceu? Uma fatalidade. Raquel não estava desfilando, Raquel não estava jogada como estão dizendo, Raquel estava com a mãe. Raquel era uma criança. Como toda criança que sonha, que brinca. Uma coleguinha chamou pra ver o carro e ela foi. E quando a mãe foi procurar onde ela estava, o acidente já tinha acontecido. Então acho uma negligência da escola culpar a mãe. Nessa hora não tem culpado. Quando uma mãe perde, todas perdemos também —- contou Aline.

A pastora disse que vai lutar por justiça para que o acidente com a menina não fique impune:

— A gente vai correr atrás. Isso não vai parar, mais uma causa que estou vendo que está impune, mas não vai ficar. Enquanto houver vida em mim eu vou lutar pela causa da Raquel.

Logo depois de dar as declarações à imprensa, a pastora Aline passou mal e desmaiou na calçada do Hospital Municipal Souza Aguiar.

Momentos da tragédia

Ontem, no hospital, a mãe da menina contou que a filha subiu no carro alegórico da Em Cima da Hora quando o veículo estava parado, após o desfile, na noite de quarta-feira (20). As pernas da criança foram imprensadas quando o carro estava em movimento e passava ao lado de um poste numa parte estreita da via. As duas pernas da criança ficaram dilaceradas, segundo a mãe. Durante a operação, que demorou cerca de seis horas, foi preciso amputar a perna direita.

A família estava em uma lanchonete perto da Sapucaí quando a menina se distanciou para ver os carros alegóricos e subiu em um que estava parado. Em cima do carro ficaram os dois chinelos arrebentados que seriam da menina. Além disso, a alegoria ficou destruida no local do acidente. Elementos foram quebrados e parte do forro foi arrancada.

Muitas crianças estavam no local do acidente, o que atrapalhou o guincho do carro alegórico. Uma funcionária da Liga-RJ teve que pedir para elas se afastarem para que outro acidente não acontecesse. Duas pessoas auxiliaram o motorista do guincho a retirar a alegoria.

A menina tinha sentado no carro para tirar uma foto, segundo uma amiga da mãe dela, Daiane da Costa, de 25 anos.

— A gente estava na pracinha na Rua Frei Caneca. Compramos lanches, e ela ficou brincando com uns coleguinhas. As crianças foram andando no sentido do carro alegórico, e ela sentou para tirar uma foto. Não viram que ela estava sentada e empurraram o carro de frente pra trás, o que imprensou a perna dela no poste. Raquel ficou presa, e, quando puxaram a alegoria, ela caiu — conta Daiane.

Investigação em andamento

A Polícia Civil informa que as investigações estão em andamento. A perícia foi realizada no local e imagens de câmeras de segurança foram coletadas e estão sendo analisadas para esclarecer o fato.

A delegada Maria Aparecida Salgado Mallet, titular da 6ª DP (Cidade Nova), determinou a apreensão do carro alegórico que imprensou Raquel. O ‘Embarque no famoso 33’, da Em cima da hora, foi levado para um barracão, também na Região Portuária do Rio, e está à disposição de novas perícias complementares de profissionais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que o analisaram e o fotografaram e trabalham para determinar as causas do acidente. Devem ser ouvidos na delegacia o presidente administrativo da escola de samba e um auxiliar do motorista do reboque que puxava a alegoria.

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