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Papel higiênico, miolo de pão e jornal: as alternativas das mulheres que não conseguem comprar absorventes

Se no mundo, uma em cada 10 meninas falta às aulas durante a menstruação por não terem acesso a absorventes, no Brasil esse índice é quase três vezes maior

Por Viviane Freitas | 13 julho, 2021 - 12:59

Uma em cada quatro jovens no Brasil já faltou à aula durante o período menstrual por não ter absorvente. O dado levantado pela antropóloga Mirian Goldenberg, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, revela uma realidade de pobreza menstrual que afeta milhares de meninas, mulher cis e homens trans em todo o país.

A moradora do Morro do Mandela – região periférica de Campo Grande, Mato Grosso do Sul,  Ana Paula Alves de Souza, de 35 anos, comenta que desistiu de estudar por causa da menstruação. “Eu deixei de estudar no 7º ano porque eu não tinha absorvente pra ir pra escola. Eu usava paninhos, mas até a hora do almoço, ele não segurava. Na hora do recreio, eu ficava dentro da sala, não saia com os colegas. Nenhuma menina deveria desistir do sonho por causa de menstruação”, relatou durante a Roda de Conversa sobre Dignidade Menstrual, realizada pela vereadora Camila Jara (PT), na última sexta-feira (09).

Conforme a vereadora, na falta de absorventes, pessoas que menstruam utilizam jornal, papel higiênico, pedaços de pano e até mesmo miolo de pão. “Materiais improvisados e inadequados que podem causar infecções e graves problemas à saúde”, comenta.

De acordo com Camila, a estimativa é que 28% das mulheres brasileiras tenham tido dificuldade em ter acesso à absorventes em algum momento da vida.  “Muitas não têm bom rendimento escolar por conta das faltas mensais e até abandonam os estudos, o que, por sua vez, impacta também as oportunidades no mercado de trabalho. A pobreza menstrual nada mais é que uma outra forma de violência de gênero, além de uma violação de direitos”, explica.

O assunto dignidade menstrual vem ganhando repercussão no Brasil por meio de atuação de ONGs ou projetos de caridade, que arrecadam de forma espontânea absorventes a serem distribuídos para quem mais precisa. Em Campo Grande, uma das iniciativas aconteceu por meio do movimento Girl Up Glauce Rocha, que faz várias ações para arrecadação de absorventes para distribuição para quem precisa.

Também dentro de uma unidade de saúde, na USF Mata do Jacinto, estagiárias de medicina e enfermeiros tiveram a iniciativa de arrecadar absorventes e disponibilizar às pacientes através de um dispenser de PVC confeccionado pelas estagiárias.

 

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