Por Redação | 13 janeiro, 2020 - 11:11
Cuidada pelas primas Rosangela Maria dos Santos, 46 anos, Maria Aparecida de Jesus, 29 anos, e pela filha dela, Ana Carla de Queiroz, 13 anos, a Horta Urbana localizada no terreno da família alimenta mais de 20 pessoas e ainda gera renda.
Rosangela Maria dos Santos conta que mora no local há mais de 24 anos, e quando o pai faleceu foi atrás para regularizar o comodato e assim conheceu o projeto Hortas Urbanas. “Lá na Agência de Habitação nos falaram do projeto e nos propuseram o desafio de ter a horta no nosso terreno, conhecemos o projeto e decidimos encarar”, diz.
Ela conta ainda que a horta sempre foi um sonho do pai, que eles plantavam, mas nada parecido com o que tem hoje. “Meus pais sempre cuidaram daqui plantando. Mas nunca tivemos uma horta como esta. Hoje eu vejo aqui um trabalho e um sonho do meu pai. Meu pai sempre gostou de trabalhar assim, ele sempre ensinou a gente e com a horta a gente está aprendendo”, contextualiza.
Para ela, assim como para Maria Aparecida de Jesus, o retorno do trabalho já pode ser visto. “A gente vende, a gente doa se a pessoa não tem. Se tem menos que a gente, a gente doa, de coração, de verdade, Deus dá o retorno maior ainda. A alimentação da família melhorou bastante, porque agora temos salada fresca e saudável todos os dias. É só vir na horta e colher o alimento. Sempre tem salada na mesa”, diz Maria Aparecida.
No momento elas tem plantado couve, alface, rúcula, cheiro verde, berinjela, tomate cereja e pimentão. A nova plantação terá ainda agrião e almeirão.
Para o especialista em hortas urbanas, Jair Galvão, que passa as orientações técnicas aos participantes do projeto, esta horta é mais que especial. “Essa horta aqui é um pouco diferenciada, porque além de ser tocada por mulheres daqui para comunidade, ela está praticamente dentro de uma favela, são pessoas de baixíssima renda diferente e essa horta está sendo sustento. Eles estão se alimentando, fazem doação e o excedente é comercializado”, enumera.
Ele explica que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia (Sedesc), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) faz todo o trabalho com os participantes. “A gente ensina tudo desde o início, as pessoas passam por qualificação. A gente praticamente começa do zero, mas isso é bom, porque a pessoa aprende o procedimento certo. Temos uma equipe técnica com agrônomo para dar essa capacitação”, conta.
Atualmente, o projeto tem aproximadamente 80 hortas urbanas implantada. A ideia é que até no final do ano, ou início de janeiro 2020, mais 40 comecem sejam implementadas, e até final de 2021 mais 80 pra chegar nas 200 hortas que é a proposta da iniciativa.
Para Jair, a prefeitura tem um papel muito importante, fundamental, em todo o processo porque a parte de assistência técnica e a maquinário que preparar a terra são ofertados pela município. “A prefeitura veio aqui e fez todo o preparo no trator, já deixou os canteiros prontos para trabalhar. A Prefeitura ara, engradeia e depois levanta os canteiros. Tudo isso a máquina faz. Deixa no jeito para adubar e plantar. O adubo orgânico, as sementes e as mudas, a Prefeitura também oferece, pelo menos, no primeiro plantio. Ai depois replanta. O processo depois de produção, da 2ª etapa pra frente ai é por conta da comunidade, das famílias”, finaliza.
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