Por João Paulo Ferreira | 21 agosto, 2024 - 15:26
As obras de reparo na BR-163, que sofreu desabamento devido ao rompimento da barragem, devem durar pelo menos 15 dias. O tráfego de veículos segue em esquema “pare e siga” pela única pista preservada.
Um trecho da BR-163, no quilômetro 500, entre Jaraguari e Campo Grande, desabou após o rompimento da barragem da represa do condomínio de luxo Nasa Park na terça-feira (20), resultando em uma grande cratera. As imagens registradas no dia seguinte mostram os danos causados pela força da água da represa, que cobre uma área de 20 hectares.
A manutenção da rodovia, que será realizada ao longo de duas semanas, obriga o tráfego a ser direcionado pela única pista ainda intacta, operando no sistema “pare e siga”. Isso tem causado longas filas de veículos nos dois sentidos, com o trânsito fluindo lentamente.
Um dos sócios do Nasa Park afirmou que está investigando as causas do ocorrido.
Condomínio negligenciou manutenções necessárias
Segundo apurações, o condomínio Nasa Park vinha sendo notificado há cinco anos pela falta de um Plano de Segurança da Barragem e de um Plano de Ação de Emergência. O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) identificou em uma vistoria realizada em 2023 a necessidade de manutenções preventivas, como a limpeza da vegetação e a desobstrução do sistema de drenagem, medidas que não foram implementadas.
Motoristas que passavam pela rodovia no momento do rompimento foram surpreendidos pelo volume de água que invadiu a pista. Rosane Ferreira Amorim, uma das motoristas, descreveu a situação como extremamente rápida e assustadora. “Ouvi um barulho, e logo a água tomou conta da rodovia. O ônibus à frente parou, e eu não consegui ultrapassá-lo, ficando presa atrás”, relatou.
Moradores perdem tudo com o rompimento
Luzia Ramos do Prado, uma moradora da região, teve sua casa destruída pela inundação causada pelo rompimento da barragem. Ela relatou que perdeu tudo que possuía. “Não sobrou nada”, lamentou.
Luzia, que mora com o filho e as netas, contou que só conseguiu escapar ilesa graças ao aviso de sua filha. “Foi tudo muito rápido. Minha filha, que estava na cidade, me ligou avisando que a barragem havia rompido. Se não fosse isso, poderíamos ter morrido”, disse Luzia, ainda em choque.
24 novembro, 2024
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