Por João Paulo Ferreira | 30 julho, 2024 - 8:04
Guardas civis metropolitanos foram cercados e agredidos por moradores no bairro Vida Nova, em Campo Grande, após confiscarem linhas chilenas durante uma guerra de pipas na tarde do último sábado (27). O tumulto começou após a guarnição recolher três carretéis de linhas cortantes e orientar a população sobre os riscos desses materiais.
Segundo o boletim de ocorrência, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi acionada por um vigilante patrimonial devido à invasão do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Vida Nova por dezenas de pessoas que buscavam pipas. Ao chegarem, os guardas pediram que os invasores se retirassem e começaram a recolher as linhas cortantes. No entanto, a ação enfureceu alguns moradores, que incitaram a multidão a atacar os guardas.
Durante a confusão, diversos objetos como garrafas, chinelos e pedras foram lançados contra os servidores. Um homem, que se recusou a obedecer às ordens e ameaçou os guardas de morte, foi contido com uso moderado de força. A situação piorou quando outro morador conseguiu arrancar um carretel de linha das mãos de um dos guardas.
Para dispersar a multidão, a guarnição utilizou spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. Uma mulher grávida foi atingida durante a ação. Mesmo após repetidos pedidos para que as pessoas se afastassem, o grupo continuou atacando os guardas.
Dois homens foram presos e levados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC) Cepol. Eles foram autuados por lesão corporal dolosa, ameaça, resistência e desacato.
Em resposta ao incidente, o secretário da Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes), Anderson Gonzaga, afirmou que os guardas foram vítimas de agressões injustificadas. “Os guardas foram agredidos, recebidos a pedradas, o vídeo ele corta não pega do início quando eles foram xingados, recebidos a pedradas. Ali eles foram efetuar a prisão daquele cidadão que tacou pedra inclusive na viatura. Isso daí ninguém fala, ninguém mostra o vídeo completo. Infelizmente só filmam aquilo que interessam”, relatou Gonzaga.
Gonzaga defendeu a ação dos guardas e destacou a importância de combater o uso de linhas cortantes, que podem causar acidentes graves e até fatais. “Eles estão utilizando agora a linha indonésia, que é mais forte do que a chilena. A hora que começar a haver mortes de motociclistas, da população e de pessoas, inclusive, a pé, começar a cortar pescoços e degolar pessoas aí vão começar a cobrar as forças públicas pra agir”, alertou.
O caso evidenciou a tensão existente entre a população e as forças de segurança em situações de conflito comunitário, especialmente quando envolve a apreensão de materiais perigosos como as linhas chilenas. As autoridades continuam investigando o incidente e reforçando as operações para evitar o uso de linhas cortantes.
VÍDEO: Guardas são agredidos após confiscar linhas chilenas no Vida Nova pic.twitter.com/IarPwD7QEC
— osulmatogrossense (@PortalOSM) July 29, 2024
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