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Instituto tecnológico coloca MS no centro da pesquisa mundial com desenvolvimento de biotecnologia

Fundect apoia pesquisas que contam com tecnologia de ganhador do Nobel de Química e têm produtos usados por Katy Perry

Por João Paulo Ferreira | 21 outubro, 2024 - 16:08

Katy Perry exibe creme anti-idade da One Skin, cujo ingrediente principal foi desenvolvido em Mato Grosso do Sul, em vídeo para a Vogue britânica

Mato Grosso do Sul está se destacando no cenário global de pesquisa e inovação graças ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Bioinspir, liderado pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O instituto desenvolveu um peptídeo, usado em um creme anti-idade da marca One Skin, que ganhou notoriedade internacional após ser citado pela cantora norte-americana Katy Perry em um vídeo da Vogue britânica. O desenvolvimento foi possível graças a tecnologias criadas por David Baker, ganhador do Prêmio Nobel de Química em 2024.

A tecnologia do INCT-Bioinspir é fruto de um trabalho colaborativo que reúne mais de 200 pesquisadores de 20 países. O instituto, desde o início, conta com apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect), vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). A Fundect tem sido fundamental no financiamento de pesquisas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias que beneficiam, principalmente, as cadeias produtivas de proteína animal, colocando Mato Grosso do Sul na vanguarda da biotecnologia e da produção de alimentos sustentáveis.

“O Bioinspir mostra o poder da ciência colaborativa, trabalhada em rede, e coloca Mato Grosso do Sul no centro da pesquisa mundial. A bioinspiração mostra que as soluções estão na natureza e o Governo do Estado, via Fundect, vai investir ainda mais porque vemos nestas pesquisas um futuro para o país e para o Estado”, destaca Márcio de Araújo Pereira, diretor-presidente da Fundect.

Pesquisa e inovação com respaldo internacional

O ganhador do Nobel de Química, David Baker, foi reconhecido por suas contribuições no design computacional de proteínas. Ele compartilhou o prêmio com Demis Hassabis e John M. Jumper, do Google DeepMind, por criar proteínas que não existem na natureza, abrindo novas fronteiras para a biotecnologia. A técnica de Baker, que permite projetar proteínas e prever suas estruturas tridimensionais, é uma das várias ferramentas utilizadas pelo INCT-Bioinspir para desenvolver novas moléculas baseadas em estruturas naturais.

Octávio Luiz Franco, doutor e pesquisador que coordena os trabalhos no Bioinspir, comentou sobre a surpresa de ver o produto criado pelo instituto sendo mencionado por Katy Perry. “O produto criado pelo nosso grupo de pesquisa, junto com a One Skin, é um dos primeiros do mundo baseados em peptídeos. A ideia foi criar um ‘míssil teleguiado’ com o peptídeo para atingir diretamente as células senescentes, características do envelhecimento, que tiram a flexibilidade na nossa pele. A molécula entra em contato com a pele e destrói apenas as células consideradas ruins. A Katy Perry com certeza está feliz com um rosto mais jovem”, afirma o pesquisador.

Moléculas inspiradas na natureza

O conceito de bioinspiração é o que move o INCT-Bioinspir. A equipe de pesquisadores trabalha com moléculas encontradas na natureza e redesenha essas estruturas utilizando técnicas avançadas de bioinformática, incluindo algoritmos genéticos e inteligência artificial. Para isso, o instituto criou um extenso banco de dados de peptídeos, com milhares de informações sobre plantas, animais e microrganismos, especialmente do Pantanal e do Cerrado. Esse banco de dados é a base para uma série de pesquisas que buscam soluções inovadoras para diferentes problemas.

Até o momento, o instituto conseguiu desenvolver duas moléculas que resultaram em produtos viáveis. Uma delas é o peptídeo anti-idade da One Skin, já disponível no mercado, e a outra é uma molécula destinada ao tratamento da mastite bovina, uma inflamação nas glândulas mamárias das vacas que causa prejuízos significativos para a indústria de laticínios. O produto para mastite está sendo desenvolvido em parceria com a OuroFino Saúde Animal.

Além desses avanços, outras pesquisas conduzidas pelo INCT-Bioinspir exploram o uso de moléculas para produção de frango, tratamento de infecções hospitalares, resposta imune, cosméticos inteligentes e proteínas que promovem cicatrização em humanos e pets. A variedade de aplicações reflete a amplitude e o potencial das tecnologias desenvolvidas no instituto.

O modelo de pesquisa colaborativa adotado pelo INCT-Bioinspir, aliado ao apoio constante do governo estadual por meio da Fundect, coloca Mato Grosso do Sul em uma posição de destaque no campo da biotecnologia, com soluções que podem transformar não apenas o mercado de cosméticos e saúde animal, mas também promover avanços científicos significativos.

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