Por João Paulo Ferreira | 16 novembro, 2023 - 16:33
A Arandu Biotecnologia, uma startup financiada pela Fundect, está revolucionando o mercado com o desenvolvimento de um corante vermelho natural, derivado de microorganismos do Pantanal. Esta inovação surge como resposta ao crescente interesse dos consumidores por produtos naturais e sustentáveis.
A pesquisa, iniciada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), levou à descoberta de microorganismos capazes de produzir colorações naturais. Os pesquisadores Arthur Ladeira Macedo, Denise Brentan da Silva e Edson dos Anjos dos Santos se concentraram em uma cepa específica que produzia uma substância vermelha única, adaptada ao ambiente pantaneiro.
Apoio fundamental para a conversão dessa pesquisa em uma inovação prática veio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), por meio do Programa Centelha II. A Arandu Biotecnologia, como resultado, desenvolveu um corante com vantagens físico-químicas significativas, incluindo intensa coloração, estabilidade e solubilidade em água, tornando-o ideal para uso em indústrias alimentícias, cosméticas e têxteis.
O processo de fabricação do corante é uma verdadeira representação da bioeconomia, empregando tecnologia limpa e orgânica, sem necessidade de exploração do bioma Pantanal. Este método contrasta significativamente com a produção convencional de corantes artificiais, que frequentemente dependem de solventes e matérias-primas de base animal.
Este corante natural de origem pantaneira é uma alternativa competitiva ao carmim de cochonilha, atualmente o corante vermelho natural mais utilizado mundialmente, mas que enfrenta restrições devido à sua origem insetífera. Além disso, a Arandu Biotecnologia se alinha com os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança), um aspecto cada vez mais valorizado nos mercados internacionais.
Atualmente, a startup está aprimorando o processo de produção do corante para escala industrial e explorando parcerias para diversificar seu uso. A empresa mantém um foco contínuo na pesquisa de novos bioativos, enfatizando a importância da conservação da biodiversidade.
Nalvo Franco de Almeida Jr, diretor científico da Fundect, destaca a relevância de iniciativas como essa, que promovem a bioeconomia, equilibrando desenvolvimento econômico com conservação ambiental. Tais projetos, segundo ele, são cada vez mais propensos a atrair investimentos tanto públicos quanto privados.
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