Por João Paulo Ferreira | 16 abril, 2024 - 16:40
Uma startup de Mato Grosso do Sul, a LAMPlab, está revolucionando o diagnóstico da leishmaniose visceral canina com um kit que promete resultados rápidos e a um custo acessível. O produto inovador desenvolvido permite detectar o Leishmania ssp., protozoário causador da doença, sem a necessidade de equipamentos complexos e com resultados em menos de uma hora.
“A partir daí, desenhamos em laboratório algumas moléculas que reconhecem essas regiões e direcionam para encontrar o DNA do patógeno. Depois do reconhecimento ocorre o processo de amplificação, onde milhares de cópias do DNA alvo serão geradas. Na presença do produto de amplificação, o reagente colorimétrico muda de cor. Se a amostra for positiva o tubo vai ficar verde fluorescente e, se negativa, continua laranja”, detalha Caroline Paes, criadora da startup e biotecnologista.
Endêmica no Brasil, a leishmaniose é transmitida pela picada de flebotomíneos, ou mosquitos-palha, e os cães desempenham um papel crucial na transmissão da doença aos humanos, o que torna o diagnóstico precoce uma ferramenta essencial para controle e tratamento eficazes. A nova técnica, baseada na metodologia LAMP (Amplificação Isotérmica Mediada por Loop), reduz significativamente o tempo de espera pelo resultado de 3 dias para aproximadamente 1 hora e diminui o custo pela metade em comparação aos métodos diagnósticos moleculares tradicionais.
“A principal vantagem é que é simples e de fácil leitura. O médico veterinário poderá fazer o exame no próprio local de atendimento, sem necessidade de enviar ao laboratório. Também pensamos no bem-estar do animal, por isso utilizamos o sangue como material biológico, uma coleta menos invasiva. Tudo isso contribui para democratizar o acesso ao diagnóstico”, reforça Paes.
O kit diagnóstico incluirá tubos com os reagentes necessários e um manual de instruções. Para realizar o teste, será necessário apenas um equipamento que mantenha a temperatura constante de 65°C por 30 minutos. A startup planeja, futuramente, lançar uma versão liofilizada do kit, que não exigirá refrigeração e poderá ser ativada simplesmente adicionando água.
Este avanço no campo da biotecnologia não apenas aprimora a gestão da saúde animal, mas também tem potencial para reduzir os riscos de transmissão para humanos, melhorando a saúde pública em regiões onde a leishmaniose é prevalente.
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