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Clima

Julho registra recorde de calor com ondas globais de incêndios

Temperaturas extremas e desastres de fogo assolam o planeta, intensificando o alerta sobre as mudanças climáticas

Por João Paulo Ferreira | 9 agosto, 2023 - 14:36

O mês de julho de 2023 entrou para os anais da história como o mais quente já registrado na Terra, de acordo com o observatório europeu Copernicus. Em um anúncio feito na última terça-feira (8), a agência revelou que as temperaturas globais subiram para impressionantes 0,33ºC acima do recorde anterior, estabelecido em julho de 2019. No entanto, este não é apenas um caso isolado, pois uma série de eventos climáticos extremos e perturbadores vem assolando o mundo, reacendendo os temores relacionados às mudanças climáticas.

Julho de 2023 foi caracterizado por ondas de calor sem precedentes, incêndios devastadores e níveis de calor atmosférico que ultrapassaram em 0,72°C as médias registradas entre 1991 e 2020 para o mesmo mês. Especialistas alertam que este mês pode ser apenas um prenúncio do que está por vir, já que a temporada de recordes do ano ainda não parece ter chegado ao fim.

Desde o dia 27 de julho, os cientistas já vislumbravam a possibilidade de que este mês fosse histórico em termos de temperaturas. De fato, o recorde absoluto foi atingido no dia 30 de julho, quando os termômetros marcaram incríveis 20,96°C, superando os 20,63°C registrados em julho de 2019. A gravidade do fenômeno não se limita ao ar: os oceanos também estão sofrendo, com temperaturas da superfície marinha atingindo níveis sem precedentes desde abril.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou recentemente a mudança na narrativa climática, passando de uma “era de aquecimento global” para uma “era de ebulição global”. Os especialistas expressaram sua preocupação quanto ao aumento das temperaturas, particularmente na superfície dos oceanos, que chegou a 0,51°C acima da média estabelecida entre 1991 e 2020. Samantha Burguess, vice-diretora do serviço europeu Copernicus sobre Mudança Climática (C3S), alertou que essas temperaturas não eram vistas há mais de 120.000 anos, com base em dados da paleoclimatologia.

Os impactos dessas condições climáticas extremas são claros e alarmantes. O gelo marinho antártico atingiu níveis alarmantes, com uma redução de 15% em relação à média para o mês de julho, de acordo com as observações por satélite. Incêndios florestais gigantescos varreram a Grécia e o Canadá, enquanto ondas de calor sem precedentes afetaram regiões da Europa, América do Norte, África e Ásia. A rede científica World Weather Attribution (WWA) chegou à conclusão de que essas ondas de calor teriam sido “praticamente impossíveis” sem a influência das atividades humanas.

Samantha Burgess destacou que o ano de 2023 já se configura como o terceiro mais quente já registrado, com uma média global de julho ultrapassando os níveis pré-industriais em 1,5°C. Esse valor é altamente simbólico, visto que corresponde ao limite mais ambicioso estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015 para conter o aquecimento global. No entanto, é importante ressaltar que essa medição é uma média de longo prazo, e não apenas um reflexo de um único mês.

Samantha Burgess enfatizou a urgência de ações ambiciosas para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa, que são apontados como a principal causa desses recordes climáticos alarmantes. O observatório Copernicus lançou um alerta preocupante para o final de 2023, indicando o desenvolvimento do fenômeno do El Niño, que historicamente tem sido associado a um aumento do aquecimento global.

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