Opinião e política com Ítalo Gusmão
Por Redação | 15 setembro, 2021 - 15:38
Antes de iniciar esta leitura, é importante que se tire o véu ideológico para compreender parte de uma análise política baseada em fatos históricos sobre nosso país. Inicialmente, ao falarmos sobre política, ao menos temos que entender sobre nossos contextos históricos e culturais desde o início da nossa origem. É o famoso ditado: “de onde viemos e para onde vamos?”.
O conhecimento sobre essas questões é critério obrigatório para um bom entendimento sobre a realidade atual da política no nosso país e também exemplifica muitas das situações que nossa jovem Democracia já passou. Neste quesito, vale frisar, superficialidade nenhuma é cabível. O verdadeiro conhecimento sobre política não vem de um “copia e cola” que o Google pode tão facilmente nos entregar, pois as verdades políticas do Brasil estão muito além disso.
Necessário se faz abrir a mente e se permitir ter uma visão ampla e sem estereótipos ou senso comum, para não cair em falácias com mesmices. É comum fingir que se entende tudo sobre assuntos políticos – principalmente nos dias de hoje –, e que sabemos sobre a nossa própria história, mas a realidade é bem distante desta nossa comum prática.
O início de tudo foi por volta de 1500, quando Portugal iniciara seu processo de exploração do nosso território nacional, como verdadeiros sanguessugas extraindo nossas principais matérias-primas, sem falar no material humano escravizado por tantos anos. Os reflexos de um país extremamente violado desde sua descoberta nos trazem diversas consequências sociais até hoje.
Foram sucessivas as crises provocadas pela invasão e exploração que desencadearam a independência do Brasil de Portugal após mais de 300 anos. Um dos maiores marcos da nossa história somente pôde acontecer pelo fato de a Família Real portuguesa estar fugindo de Napoleão, avistando no Brasil o “curral” que necessitara por ora para seu refúgio e dos milhares de nobres e cidadãos portugueses que participaram desta “mudança”.
Depois de lá, tivemos o marco da Primeira, Segunda, Terceira, Quarta e Quinta República, onde hoje nos encontramos na Sexta etapa desta história, período que teve início após a constituinte de 1988 e perdura até os dias atuais.
Nossa jovem democracia passou por diversas revoluções e períodos ditatoriais, o que explica um pouco o sentimento da sociedade mudar majoritariamente de espectro político de tempos em tempos, indo de monarquia à ditadura, e de esquerda x direita, polarização que vivemos atualmente. O mais recente período de “revolução” se iniciou em 2013, com as jornadas de junho daquele ano, onde todo o país saiu às ruas após o aumento da tarifa de ônibus nas principais capitais desencadear um sentimento de revolta generalizada. Naquele período, os protestos ainda não eram necessariamente direcionados a determinados políticos ou partidos, o que viria a acontecer 3 anos depois, em 2016, com o maior ato político da história do Brasil, superando as diretas já; ato este que foi o maior marco de apoio ao impeachment da Presidente Dilma Roussef.
A instabilidade política que paira desde sempre sobre nosso país diz muito sobre termos tido, por exemplo, 7 constituições federais desde o início de nossa história. Destas, ao menos 3 foram implementadas por ditadores ou por quem viria a ser um.
O que ainda causa espanto é a ausência de cordialidade no trato sobre questões políticas, pois a divergência é o ponto de partida inicial nesse quesito em qualquer local do planeta, desde que o mundo é mundo. Nossa sociedade passa, novamente, por uma transição, onde os principais agentes que hoje majoritariamente atuam politicamente com muito fervor, não estarão mais aqui ao final dela. Talvez tenhamos dias melhores quando o respeito e o equilíbrio forem majoritários entre os agentes políticos e toda a sociedade interessada no assunto, afinal, divergências existem a partir da nossa própria casa.
A política está em tudo o que fazemos, e isso nunca irá mudar. Tomara que mude a forma de pensar de tantas pessoas que anseiam o extermínio de quem diverge delas; tomara que a racionalidade impere novamente na nossa sociedade e finalmente entendam que a única finalidade da Democracia é existir a divergência, para que assim a maioria decida pelos avanços, ou não, do nosso país e das coisas que afetam diariamente a vida de todos, quer você goste ou não de política.
Enfim, era isso, e eu precisava escrever.
4 dezembro, 2024
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