O poder do conhecimento
Por Herbert Assunção | 22 novembro, 2023 - 18:28
A tríplice hélice de desenvolvimento representa uma sinergia estratégica entre o Poder Público, a Iniciativa Privada e a Academia, formando um modelo robusto que pode impulsionar o desenvolvimento regional e nacional. No contexto do Mato Grosso do Sul, a implementação deste modelo ganha contornos particularmente promissores com a Rota Bioceânica, um corredor logístico que não só promete conectar eficientemente os mercados transoceânicos, mas também fomentar um crescimento econômico sustentável e integrado.
A Iniciativa Privada, reconhecida por sua dinâmica de inovação e flexibilidade, encontra na Rota Bioceânica uma oportunidade sem precedentes para expandir o alcance de seus mercados e solidificar redes de comércio. Esta expansão transcende o crescimento econômico e social, projetando o estado como um núcleo estratégico de negócios e logística no subcontinente.
A Academia, como fonte de conhecimento e inovação, tem um papel insubstituível neste modelo. Universidades sul-mato-grossenses estão idealmente posicionadas para realizar pesquisas que alavanquem o desenvolvimento tecnológico e inovação em setores estratégicos para o melhor aproveitamento da Rota Bioceânica ou Rota de Integração Latino Americana – RILA. Sua contribuição vai além da pesquisa acadêmica tradicional, abrangendo soluções sustentáveis e inteligentes para desafios operacionais e logísticos, bem como a criação de novas oportunidades de negócios alinhadas com preocupações ambientais e sociais.
O Poder Público, por sua vez, tem a função de orquestrar e regular este ambiente, criando um cenário regulatório favorável que estimule a atividade empreendedora e a cooperação econômica. Ao promover políticas que incentivem a interação entre empresas e instituições de ensino, o Poder Público estimula a inovação e facilita a transferência de tecnologia, aspectos críticos para a modernização e competitividade da economia.
A tríplice hélice não é uma abstração teórica; é um conceito fundado na interdependência dos três setores e na crença de que a colaboração entre eles pode resultar em um desenvolvimento mais holístico e inovador. Este modelo foi inicialmente proposto por Etzkowitz e Leydesdorff nos anos 90, sugerindo que a inovação e o desenvolvimento econômico são impulsionados pela interação complexa entre universidades, indústrias e governos.
No Mato Grosso do Sul, a interação entre essas entidades tem o potencial de transformar o estado em um exemplo palpável de como a tríplice hélice pode funcionar na prática, utilizando a Rota Bioceânica (RILA) como um canal de oportunidades. Essa rota emerge não só como um caminho para o crescimento econômico, mas como um estímulo para o desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento, inovação e cooperação intersectorial.
Através deste prisma, o Mato Grosso do Sul pode ascender a uma nova fase de desenvolvimento, onde a cooperação estratégica entre o setor privado e as universidades se traduz em benefícios mútuos: as empresas ganham em competitividade e inovação, enquanto as instituições acadêmicas encontram aplicações práticas para suas pesquisas e uma fonte de desafios reais que podem impulsionar ainda mais a fronteira do conhecimento.
A RILA – Rota de Integração Latino Americana, nesse sentido, é mais que uma rota comercial; é um vetor de transformação que pode levar o Mato Grosso do Sul a novos patamares de desenvolvimento e projeção internacional, exemplificando como a tríplice hélice pode ser a alavanca para um crescimento econômico que é ao mesmo tempo inclusivo, inovador e sustentável.
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