Por Viviane Freitas | 22 agosto, 2022 - 11:42
Monumentos são criados mundo afora para preservar memórias, em Campo Grande, além de indicar aspectos históricos, as construções revelam a cultura, a tradição e a identidade do povo campo-grandense – formadas pelos povos originários do Brasil, os indígenas, e os imigrantes paraguaios, bolivianos, japoneses, sírio-libaneses e europeus. O OSM relacionou algumas esculturas que talvez você já tenha visto enquanto passeia pela Capital, agora poderá conhecer a história e quando a aquele monumento foi parar ali naquele local, e o que motivou isso.
Começando com o Obelisco (inaugurado em 1933), foi projetado pelo Engenheiro Newton Cavalcante e erguido em homenagem aos fundadores da cidade de Campo Grande. A construção possui um medalhão com a efígie do fundador José Antônio Pereira. É tombado como patrimônio histórico do município. Fica localizado na Avenida Afonso Pena com a Rua José Antônio no Centro da cidade.
O Monumento das Araras (instalado em 1964), pelo artista plástico Cleir Ávila, o Monumento das Araras fica na Praça União, mais conhecida como Praça das Araras. A obra de arte objetiva despertar o interesse da sociedade para a preservação das espécies e da natureza. Atualmente passa por um projeto de revitalização, que incentiva a doação de sangue na Capital. Por isso a obra tem uma das suas araras, antes vermelha, em processo de ser novamente avermelhada, no entanto, depende do ritimo de doações de sangue. A obra fica localizada entre as ruas João Rosa Pires e Terenos.
Busto José Antônio Pereira ( instalado em 1972), foi encomendado pela colônia libanesa, o busto é homenagem ao fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira. Localização: cruzamento das avenidas Afonso Pena e Calógeras.
Monumento da Imigração Japonesa (instalada em 1979) a obra de Choji Oykawa reproduz a maquete de uma típica casa japonesa. Foi construída em homenagem aos 70 anos da imigração dos japoneses em Campo Grande. O Monumento da Imigração Japonesa está fixado na Praça da República, popularmente conhecida como Praça do Rádio Clube, no Centro da cidade.
Instalada em 1993, a Zarabatana tem aproximadamente 12 metros de altura, o Monumento à Zarabatana (lança dardos) possui formato de tubo e homenageia as culturas indígenas de Mato Grosso do Sul. A construção foi feita em forma tridimensional, com tijolos com características medievais. Também é conhecido como Monumento ao Índio. O autor do projeto é o arquiteto Roberto Montezuma. A obra fica no Parque das Nações Indígenas, nos altos da Avenida Afonso Pena.
Em 1995 foi inaugura a Cabeça do Boi. Monumento da Cabeça de Boi foi idealizado em ferro e aço inoxidável pelo artista plástico Humberto Espíndola e fica no bairro Amambaí – o mais antigo da cidade. A obra faz referência à história antiga, já que no local um açougueiro fixou a ossada do crânio de um boi para orientar trabalhadores e viajantes que passam pela região. Obra fica instalda na Praça Cuiabá, Avenida Duque de Caxias (no prolongamento da Orla Morena).
Neste mesmo ano foi instalada a Estátua do Preto Velho. O Monumento religioso, a Estátua do Preto Velho faz homenagem a cultura ameríndia, mais conhecida como umbandista – formada por religião, danças e folclore. A obra está na Praça do Preto Velho, no entroncamento da Avenida Noroeste (também conhecida como Avenida Fábio Zahran) com a Rua Senador Ponce, na Vila Progresso.
Um ano depois, foi inaugurado o Carro de Boi (em 1996). O ponto onde a cidade surgiu, na confluência dos córregos Prosa e Segrego, abriga o Monumento aos Pioneiros. Popularmente conhecimento como Carro de Boi, o painel que registra o início da ocupação urbana de Campo Grande, foi projetado pelas artistas plásticas Neide Ono e Marisa Oshiro Tibana. A obra está localizada no cruzamento das avenidas Fernando Corrêa da Costa e Ernesto Geisel.
Já no virada do século, em 2000, foi inaugurado em Campo Grande o Relógio Central. Também conhecido como Relógio da 14, o monumento do Relógio Central Renato Barbosa Rezende foi construído pelo Rotary Clube no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Calógeras e é uma réplica do antigo relógio da Rua 14 de Julho – inaugurado em 1933, na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho. O antigo monumento, foi demolido em 1970, era ponto de referência de encontros políticos, desfiles cívicos, passeatas e manifestações culturais. O atual Relógio é uma cópia idêntica do original, em alvenaria e com cinco metros de altura.
Neste mesmo ano, inauguraram o Tuiuiús do Aeroporto (em 2000), Popularmente conhecido como Tuiuiús do Aeroporto, o Monumento Pantanal Sul é de autoria do artista plástico Cleir Ávila. A obra revela três aves da espécie típica do Pantanal em referência à aviação. Os animais estão em posição de pouso, decolagem e abastecimento. Localização: Aeroporto Internacional de Campo Grande.
Quatro anos mais tarde, foi instalado no Parque das Nações Indígenas o Monumento aos Cavaleiros Guaicurus (em 2004). A obra que homenageia os índios guerreiros da etnia Guaicurus. A construção de sete metros de altura tem 900 quilos e mostra um indígena montado a cavalo. Os povos Guaicurus foram os primeiros da América do Sul a domarem os cavalos, trazidos pelos espanhóis. Em Mato Grosso do Sul, os remanescentes mais próximos dos Guaicurus são os índios Kadiwéus. A estátua foi construída em armação de ferro e é revestida com uma mistura de resina e pó de mármore. A autoria é do escultor Anor Pereira Mendes. A obra fica dentro do Parque das Nações Indígenas, nos altos da Avenida Afonso Pena.
Monumento do Sobá (em 2009), foi instalada na cidade mais uma obra de arte concebida pelo artista plástico Cleir Ávila. Popularmente conhecido como Sobá Gigante, o Monumento do Sobá tem quatro metros e meio de altura e homenageia a colônia japonesa e a sua culinária, que virou marca registrada em Campo Grande. Hoje, o prato de macarrão que mistura a tradição japonesa com a criatividade do povo campo-grandense é comida típica da cidade e se tornou patrimônio cultural imaterial. A obra está na Feira Central, nos altos da Rua 14 de Julho.
Em 2012 foi instalada na cidade a Índia Terena. A escultura da Índia Terena homenageia a mulher indígena, o trabalho do cultivo e a produção artesanal. Foi construída pelo artista plástico Anor Pereira Mendes e possui três metros de altura. Localização: Mercadão Municipal de Campo Grande, na Rua Sete de Setembro, Centro.
Já em 2014 foi a vez da instalação da obra Guampa de Tereré, feita em armação de ferro, com resina de poliéster e areia, o Monumento Guampa de Tereré possui 300 quilos e seis metros de altura. Foi confeccionado pelo artista plástico Anor Pereira Mendes em homenagem as tradições sul-mato-grossenses. A escultura fica na Orla do Aeroporto Internacional de Campo Grande, na Avenida Duque de Caxias.
Jovem, instalada em 2017, no Centro da cidade está a Estátua Manoel de Barros. Com 1,38 metro de altura por 1,60 metro de largura, a escultura de bronze do poeta Manoel de Barros permite a interação com o público. Concebida pelo artista plástico Ique Woitschach, a estátua fica embaixo de uma figueira centenária e faz alusão ao desejo do artista, que queria virar árvore depois que morresse. Localização: Avenida Afonso Pena, entre as ruas Rua Barbosa e Pedro Celestino.
Há também a Maria Fumaça (instalada em 2018), em homenagem a antiga estrada de ferro Noroeste do Brasil (NOB), o Monumento da Maria Fumaça possui cinco metros de altura por 20 de comprimento – pensando 20 toneladas. A obra fica suspensa em um balanço, com impressão de levantar voo. Inaugurada na era da tecnologia, a Maria Fumaça possui um QRCode com um texto informativo, produzido pelo professor Paulo Cabral, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. Localização: cruzamento das avenidas Mato Grosso e Calógeras.
E a última obra inaugurada antes da pandemia na cidade foi o Novo Relógio, instalado em 2019. Segundo monumento que relembra o antigo Relógio da Rua 14 de Julho – inaugurado em 1933 e demolido em 1970. A escultura do Novo Relógio da 14 é feita em perfis metálicos, sendo totalmente vazada. O projeto é dos arquitetos César da Silva Fernandes e Inácio Salvador, responsáveis pela remodelação da Rua 14 de Julho.
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