Por Marcelo Tognini | 22 maio, 2023 - 22:46
Em uma era onde a informação está ao alcance dos dedos, é surpreendente e alarmante o quão prevalente as fake news se tornaram. Para muitos, é um mistério por que as pessoas preferem acreditar em notícias falsas em vez de confiar em fontes verificadas e respeitadas. No entanto, uma análise mais aprofundada pode revelar algumas explicações psicológicas e sociológicas.
As fake news frequentemente apresentam histórias simplificadas de eventos complexos. Essa simplificação torna as notícias falsas atraentes, especialmente para indivíduos que possuem pouca familiaridade com o assunto. Além disso, as fake news têm a tendência de reforçar crenças e preconceitos existentes. O fenômeno da confirmação de viés descreve a tendência humana de favorecer informações que confirmam nossas crenças preexistentes, enquanto ignora ou rejeita informações que as contradizem.
As fake news são frequentemente polarizadas e extremas, apelando para emoções fortes e provocando indignação. Em uma sociedade que se torna cada vez mais polarizada, essas notícias falsas alimentam a divisão e criam um senso de “nós contra eles”. Essa dinâmica tribalista pode encorajar as pessoas a aceitar fake news como verdadeiras, desde que estejam alinhadas com a ideologia de seu “grupo”.
Um crescente sentimento de desconfiança em instituições, desde governos até a mídia, também é um fator significativo. As pessoas que desconfiam dessas instituições podem ser mais suscetíveis a acreditar em fake news, especialmente se essas notícias falsas parecerem desafiar ou desacreditar a “narrativa oficial”.
As plataformas de mídia social se tornaram terreno fértil para a disseminação de fake news. Essas plataformas são projetadas para destacar conteúdo que provoca reações fortes, e as fake news se encaixam perfeitamente nesse molde. Além disso, as bolhas de filtro das redes sociais podem criar câmaras de eco que reforçam crenças existentes e isolam os usuários de pontos de vista divergentes.
Confrontar a onda de fake news requer uma abordagem multifacetada. É necessário não apenas aumentar a alfabetização em mídia e pensamento crítico, mas também abordar os problemas sociais e psicológicos mais profundos que tornam as fake news tão atraentes. Precisamos reconhecer que a verdade é frequentemente complexa e exigente, mas é nessa complexidade que reside a sua beleza. Afinal, uma sociedade informada é uma sociedade saudável e resiliente.
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