Por Marcelo Tognini | 5 novembro, 2022 - 18:46
Meados de novembro de dois mil e vinte e dois e ainda sentimos os efeitos de uma pandemia que nos dilacerou.
É um pós-pandemia estranho, diferente de como prometemos uns aos outros que seria. Dizíamos, meses atrás, que sairíamos melhores, mais pacientes, mais compreensivos, que a compaixão afloraria em nossos corações e que a união da nação enfim ocorreria.
Diferente do imaginado, o país ainda queima em febre. Vivemos um momento pós-eleitoral, em que o grupo derrotado se rebela e ameaça à democracia.
Em um uma espécie de surto coletivo, brasileiros fecham rodovias, pedem intervenção militar e fazem saudações nazistas. Por vezes tentei julgá-los, mas é difícil julgar quando vemos pessoas que amamos presas dentro deste surto.
Espera-se de um líder que ele faça a manutenção da paz, da ordem e preze sempre por bons hábitos. Sinto-me culpado quando penso que fiz parte disso quatro anos atrás. Pensei que escolhia pela ordem e pelo progresso.
Tornou-se dicotômico o Brasil. A minha espera pela união da nação, pelo recobramento da ordem e do progresso e pela recuperação da ferida que fora aberta, terá de ser mais longa do que o imaginado.
O país segue a arder em uma febre que parece não findar. Seguimos em frente enfrentando uns aos outros, dividindo, peleando, aos gritos, aos berros, aos tiros, aos atropelos, êmulos e desesperados pela vitória ou pela razão.
A vitória que não virá e a razão que já perdemos. A ordem não temos e o progresso que não tivemos. Se não está claro, perdemos. E acho que perdemos muito mais do que será possível recuperar nos próximos cinquenta anos.
Dilma Rousseff disse algo que, particularmente, quando foi dito fiz chacota e achei engraçado. Hoje penso que Rousseff acertou. Ela disse “Não acho que quem ganhar ou quem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.
22 novembro, 2024
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