Por Viviane Freitas | 19 agosto, 2021 - 15:52
O estudo de cientistas brasileiros detectaram a presença do Sars-CoV2, nos tecidos de um feto abortado por uma mulher que teve um quadro leve da doença durante a gravidez.
Estudos anteriores já tinham encontrado o RNA do vírus no cordão umbilical e na placenta materna ,em casos semelhantes. Mas essa é a primeira vez que se consegue registrar o novo coronavírus em diferentes órgãos, como coração, cérebro, rins e fígado. Os cientistas também conseguiram demonstrar que o vírus causou uma infecção pulmonar.
Porém, o feto morreu por causa de uma grave trombose na placenta materna, que interrompeu o fluxo de sangue e oxigênio para a criança. Embora problemas com o feto sejam raros gestantes com covid, pesquisadores acreditam que o novo estudo é importante para aprimorar as diretrizes de acompanhamento médico para grávidas que tiveram a doença. O trabalho foi publicado na revista científica Frontiers in Medicine nesta semana.
“Detectamos o RNA do vírus em diversos tecidos, no bulbo olfativo, na glândula salivar, no pulmão, na traqueia, nos rins, além de na placenta e no cordão umbilical. Com o exame de imunofluorescência, conseguimos também registar a presença da proteína S do Sars-CoV2 no cérebro e no coração”, explicou o principal autor do estudo, o pediatra Arnaldo Prata, do Instituto D’Or de Pesquisa.
Segundo o pesquisador, foi descoberta no pulmão do bebê morto uma grande quantidade de células de defesa , ou seja, uma resposta inflamatória. Ele explicou que destacava essa constatação porque o vírus poderia ter circulado pelo feto sem necessariamente causar a doença. A presença dessas células indica que houve, de fato, uma infecção pulmonar causada pelo vírus.
22 novembro, 2024
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