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Dia do Trabalhador: Com a pandemia da Covid-19 a rotina de muitos profissionais mudou

Apesar do momento difícil, é preciso ter esperança de que essa crise vai passar

Por João Paulo Ferreira | 1 maio, 2020 - 15:32

Com certeza, o Dia do Trabalhador, celebrado amanhã, 1º de maio, este ano será muito diferente dos anos anteriores. A data, que normalmente serve de protesto para muitas categorias, mas também de celebrações para outras, vive hoje uma outra realidade.

Com a pandemia do novo coronavírus, a rotina dos trabalhadores, assim como a de toda a população ao redor do mundo mudou, e a dos profissionais da saúde deu um giro de 360º, já que muitos estão na linha de frente, cuidando de pacientes.

Técnica em enfermagem Elizabete Paulina Silva, de 36 anos, agora atua no Pronto Atendimento de Síndrome Respiratória, setor criado exclusivamente para atender pacientes de casos suspeitos e confirmados da Covid-19. “É uma rotina bem diferente da que tínhamos antes. Trabalhamos paramentados durante todo o plantão para evitar a contaminação, ficamos isolados dos outros setores e sem contato com os colegas de trabalho. É bastante exaustivo, mas termos condição de cuidar do paciente que está fragilizado, se sentindo só, muitas vezes tendo que secar suas lágrimas, ao mesmo tempo é necessário e gratificante para nós”, diz.

Além da mudança de rotina no trabalho, Elizabete revela que em casa muita coisa também mudou. “Não posso mais colocar meus filhos para dormir, como tínhamos o hábito de fazer, nem ficar juntinhos no sofá assistindo televisão, sem contar que passo a maior parte do tempo usando máscara”, pontua, ressaltando que espera mais conscientização das pessoas para ficarem em casa o quanto puderem para essa crise passar logo.

Já a psicóloga Selma Lúcia da Costa Xavier, de 49 anos, atua no setor de Psicologia Hospitalar da cooperativa médica, atendendo colaboradores, pacientes e familiares nos leitos do hospital. “Antes atendia somente os colaboradores, mas com a chegada do novo coronavírus, passei a distribuir a atenção também entre pacientes nos leitos e seus familiares, para tentar amenizar os medos, inseguranças e dúvidas diárias de cada um deles frente à Covid-19”, explica.

A rotina de Selma, assim como a da maioria das pessoas também mudou em casa. “Na verdade tudo mudou. Em casa, já tinha os cuidados com os calçados, que eram deixados do lado de fora, mas hoje, deixo também as roupas, tomo banho no banheiro que fica do lado de fora, durmo em quarto isolado das minhas filhas e, além disso, no meu consultório, tenho realizado atendimentos online, tudo para evitar o contato com as pessoas e a contaminação da doença”, ressalta.

Apesar das mudanças radicais, a psicóloga se diz esperançosa. “Poder ajudar as pessoas nesse momento tão delicado que estamos vivendo, levando acolhimento, validando seus sentimentos de medo e insegurança, podendo dizer a elas que sentir tudo isso é natural, mas que é preciso ter esperança, e que juntos vamos passar por isso, me deixa feliz. Amo o meu trabalho e sei que com ele levo conforto e aconchego às almas sofridas”, pontua.

Ela reforça ainda esperar que em breve tudo volte à normalidade. “ Tenho esperança de que tudo volte a ser como antes, de podermos voltar às nossas rotinas, de podermos ter contatos físicos com outras pessoas, algo que antes não era tão valorizado por muitos”.

Mas, enquanto esse dia não chega, o melhor que todos temos a fazer é continuar o quanto pudermos com o distanciamento social, manter a rotina de higienização frequente das mãos com água e sabão e, na ausência destes, com álcool em gel 70%, e dos objetos também, cuidar principalmente dos idosos e pessoas dos grupos de risco e ter muita, mas muita esperança de que dias melhores virão.

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