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Opinião: O que o André não fez

Por Marcelo Tognini | 21 dezembro, 2022 - 11:42

Por décadas, André Puccinelli foi tido como a maior liderança política do estado de Mato Grosso do Sul. E não por acaso. André de fato tinha força, vigor e administrava seu grupo com certa severidade.

Apesar de muitíssimo inteligente, André pecou quando abraçou tamanho ego que causou-lhe cegueira. Cegueira esta responsável pela ruína de seu grupo e partido.
André não soube tocar a bola, segurou o comando do MDB/MS e não preparou um sucessor. Talvez por medo de que alguém pudesse ocupar o seu lugar ou por não conseguir confrontar seu ego e entender que seu momento havia passado.

Quando falamos de ego inflado, é plausível para um homem na posição de André. Afinal, o capo di tutti capi “voava” quando comparado a seus adversários quando fora governador do estado.

Mui diferente de André, Reinaldo Azambuja assumiu o governo e logo tratou de formar líderes tão bons quanto ele. Tanto é verdade, que o ninho tucano tinha, além de Eduardo Riedel, mais dois ou três nomes possíveis para ocupar a vaga na disputa ao governo do estado em 2022.

Reinaldo é realmente um sujeito diferente. De olhar profundo, fala mansa e de postura rígida. Ele cria um ar de tensão onde quer que pise. A presença do chefe não passou despercebida nos últimos oito anos em que governou Mato Grosso do Sul. Reinaldo é uma figura pragmática, age pela razão e quase nunca esboça emoção. Se já esboçou, particularmente nunca vi.

Azambuja formou grandes figuras políticas, tornando seu fardo mais leve para poder organizar o partido e as campanhas que vieram. Duas dessas importantes figuras são Sérgio de Paula e Carlos Alberto de Assis, onde um era responsável por comandar os grupos do interior e o outro o grupo da Capital, nesta ordem respectivamente. Cito apenas dois dos vários importantes nomes do PSDB, pois apesar de saber que a base da política é sempre o grupo, não quero causar qualquer desconforto em nomes que, apesar de atuarem com maestria e serem líderes natos, preferem o anonimato dos bastidores.

Quando chegou a hora de dizer adeus, Reinaldo apontou Eduardo Riedel como seu sucessor. Apostou alto, já que Riedel jamais concorrera antes a qualquer outro cargo eletivo em sua vida. O PSDB surpreendeu e mostrou que está disposto a comandar a política sul-mato-grossense pelos próximos anos. Elegendo Riedel, agora o próximo passo é eleger o (a) prefeito (a) da Capital em 2024.

Diferente de André, Azambuja soube o momento de passar a caneta e preparou seu grupo para dar continuidade ao projeto, e graças a isso, o PSDB parece estar mais forte do que nunca aqui nas terras pantaneiras e pronto para tocar o barco, ou melhor, a chalana a toda velocidade.

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