Por Viviane Freitas | 22 setembro, 2021 - 17:47
Neste mês em que a campanha Setembro Amarelo alerta a população sobre a importância da prevenção ao suicídio e valorização da vida, os cuidados com a saúde mental do público mais jovem também merece maior atenção.
Conforme a psicóloga do Naia, Juliana Sampaio, a automutilação, também chamada de autolesão, é um acontecimento antigo, porém tem sido bastante discutido nas últimas décadas. “A automutilação se define como dano provocado a uma parte do corpo pelo próprio indivíduo, geralmente com a intenção de aliviar uma dor emocional e reduzir a angústia, trazendo um ‘alívio momentâneo’ desse sentimento. O adolescente pode muitas vezes tentar disfarçar seus sentimentos e emoções quando passa por situações difíceis. Alguns deles encontram dificuldades em pedir ajuda ou falar sobre o problema, o que pode fazer com ele acabe se isolando”, pontua.
Alguns sinais importantes devem ser considerados como alerta. “Geralmente, eles demonstram ansiedade e tristeza com bastante intensidade; irritação; agressividade sem motivo aparente; apatia; isolamento social; perda de interesse por atividades que antes costumavam praticar; falta de interesse pelos estudos e pela escola; uso de frases como: ‘preferia estar morto’, ‘sou um peso na vida das pessoas’, ‘eu queria dormir para sempre’, entre outras”, relata a psicóloga.
Apesar desses sinais de alerta serem muito importantes como forma de identificar e prevenir o problema, a melhor maneira de descobrir se há um sofrimento emocional importante é conversando e perguntando diretamente ao adolescente. A psiquiatra da Infância e Adolescência, Letícia Cavalcante, orienta a família a observar as mudanças comportamentais dos filhos. “A qualquer sinal de que algo está inadequado no comportamento deles, seja por autolesão ou ideação suicida, há um alerta de que eles estão precisando de ajuda. Neste caso, não deixe o adolescente sozinho. Escute, apoie esse adolescente, levando-o para um acompanhamento médico e psicológico”.
Outra dica importante da especialista é a utilização de estratégias de enfrentamento para lidar com pensamentos negativos. “Incentive essa criança ou adolescente a fazer exercícios físicos, ouvir músicas, utilizar técnicas de respiração para relaxar, ler bons livros, fortalecer vínculos afetivos com a família e amigos, evitar uso de álcool e outras drogas e realizar tratamento adequado para o transtorno mental, sempre que for necessário”, finaliza.
Confira que tipo de atendimento é realizado em cada modalidade de Caps:
Caps I – Neste centro, o foco são usuários adultos que sofre de transtornos mentais graves e recorrentes. Além disso é realizado atendimento também para transtornos causados pelo uso de álcool e outras drogas.
Caps II – Neste, são atendidos adultos com transtornos mentais persistentes, que de alguma forma atrapalhem a socialização e criação de um projeto de vida.
Caps III – Nesta modalidade, os centros também atendem prioritariamente pessoas que sofrem de transtornos mentais graves e recorrentes. Além de que, nestas unidades, existe a possibilidade de acolhimento noturno e internações curtas. O atendimento é realizado de forma contínua, durante 24h, inclusive aos finais de semana e feriados.
Capsi – São centros especializados no atendimento de crianças e adolescentes com transtornos mentais.
Capsad – Os atendimentos dessas unidades são centralizados para pessoas com dependência alcoólica e outras drogas. Existe também o Capsad III, que realiza atendimento de forma contínua.
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