Fale Conosco Entre em Nosso Grupo Fale com a Redação 130 dias sem chuvas: Seca no MS muda a rotina e afeta a saúde das famílias - Jornal OSM - O sul-mato-grossense
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130 dias sem chuvas: Seca no MS muda a rotina e afeta a saúde das famílias

Com falta de chuvas, os moradores enfrentam problemas respiratórios, aumento de preços e dificuldades na vida diária

Por João Paulo Ferreira | 7 setembro, 2024 - 14:32

Foto: João Paulo Ferreira

A seca que já dura mais de 130 dias sem chuvas significativas em Mato Grosso do Sul está impactando diretamente a vida das famílias. Embora algumas precipitações esparsas tenham ocorrido, elas foram insuficientes para aliviar os efeitos da estiagem. O clima seco agrava problemas respiratórios, encarece produtos essenciais e impõe dificuldades no cotidiano dos moradores.

Maria de Lourdes Silva, 42 anos, auxiliar de serviços gerais e moradora do bairro Aero Rancho, em Campo Grande, relata que os problemas de saúde em sua casa se agravaram com o tempo seco. “Minha filha tem tido muitas crises de tosse, e a pele dela resseca facilmente. Temos que nos adaptar para manter a saúde em dia”, explica Maria, que recorre a umidificadores caseiros para tentar amenizar os sintomas.

No bairro Jardim Água Boa, em Dourados, José Ferreira, 50 anos, motorista de aplicativo, conta como as tarefas do dia a dia têm se tornado mais complicadas. “O calor e a poeira não ajudam. Estamos precisando economizar água e fazer o possível para não deixar a casa cheia de poeira”, relata. A escassez de água fez com que famílias de bairros periféricos, como o Jardim Guaicurus, tivessem que adotar medidas rigorosas de economia, afetando até atividades básicas como lavar roupas e manter a higiene da casa.

O aumento no preço dos alimentos também tem sido sentido por muitas famílias, como no caso de Ana Paula Rodrigues, 34 anos, vendedora, que mora no bairro São Bento, em Sidrolândia. “No supermercado, tudo está mais caro. Antes, eu conseguia comprar mais verduras, agora tive que cortar porque o preço subiu muito”, afirma Ana, que precisou reorganizar seu orçamento familiar.

As adaptações também fazem parte do dia a dia de moradores em outras regiões. Paulo Souza, 28 anos, técnico de informática e morador do bairro Santa Luzia, em Três Lagoas, conta que tem improvisado soluções para lidar com o calor e a baixa umidade dentro de casa. “Usamos ventiladores, colocamos bacias de água nos cômodos, mas não sabemos até quando vai durar”, reflete Paulo, que também reutiliza a água da máquina de lavar para tarefas externas, como limpar o quintal.

A seca prolongada está transformando a rotina em Mato Grosso do Sul. Entre problemas de saúde, dificuldades financeiras e adaptações diárias, as famílias em bairros de cidades como Campo Grande, Dourados, Sidrolândia e Três Lagoas estão tentando lidar com os desafios enquanto aguardam a chegada de chuvas significativas. Até lá, a palavra de ordem é economizar e cuidar da saúde.

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