Por João Paulo Ferreira | 5 junho, 2024 - 11:44
Frequentemente associada à rígida rotina de disciplina, a Penitenciária de Regime Fechado da Gameleira I tem revelado um foco importante no tratamento penal adequado. Uma história recente de um interno com dificuldades de locomoção, devido à perda de uma perna, destaca a dedicação da direção e da equipe de servidores em proporcionar dignidade e humanização da pena.
Em 2012, um acidente de moto mudou radicalmente a vida de um soldador, agora interno da Gameleira I. Ele perdeu uma perna no incidente e, apesar de ter conseguido uma prótese, enfrentou dificuldades para mantê-la devido ao alto custo das manutenções. Antes de conseguir realizar os reparos necessários, acabou sendo preso por tráfico.
Dentro da penitenciária, o interno encontrou uma nova oportunidade de exercer sua profissão de soldador, trabalhando no setor de manutenção da unidade. Sua história sensibilizou o diretor do presídio, Raul Augusto Aparecido Sá Ramalho, que buscou parcerias para viabilizar a manutenção da prótese.
Graças à colaboração com a Franco Ortopedia, dirigida por Carlos Franco, foi possível reconstituir a prótese com a substituição de peças articuladas, retíficas e pinos do conjunto integrado do joelho.
“Essa ação humanitária exemplifica o comprometimento da Penitenciária da Gameleira I com um tratamento penal digno, mesmo dentro das restrições de um regime fechado. A iniciativa demonstra que, apesar da necessidade de manter rigor disciplinar, há espaço para a empatia e a reabilitação, desmitificando a visão de opressão que muitas vezes é associada ao sistema prisional”, destaca o diretor da penitenciária, reforçando que “a dignidade e a esperança podem ser cultivadas em qualquer ambiente”.
A entrega da prótese reconstruída aconteceu em um ato simbólico no auditório da penitenciária, com a presença da promotora de justiça Jískia Sandri Trentin e sua equipe, que estavam na unidade para realizar as inspeções de praxe, além das policiais penais do Setor Psicossocial Sonia Nascimento da Silva e Maruscka Lozano de Souza, e o chefe de segurança Denys Batista.
A história desse interno é um exemplo claro de como a humanização do sistema prisional pode transformar vidas, oferecendo não apenas a chance de reabilitação, mas também de reintegração social, mesmo em um ambiente de regime fechado. A ação conjunta da direção da penitenciária e dos parceiros externos mostra que iniciativas humanitárias podem fazer uma diferença significativa, proporcionando esperança e dignidade a quem mais precisa.
23 novembro, 2024
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