Assim como aconteceu há 32 anos, na versão original, os violeiros da história sustentam boa parte da alma pantaneira. Sater é um elo fundamental entre a novela de 1990 e a atual. Quando interpretou o peão Trindade na extinta Rede Manchete, o músico conheceu outro patamar de fama, ganhando uma projeção tão forte, que foi escalado para protagonizar a sucessora de “Pantanal” na época, “A História de Ana Raio e Zé Trovão”, ao lado de Ingra Liberato.
Nesta nova “Pantanal”, foi Sater quem recebeu a equipe da Globo na região de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, onde ele mora. A propriedade foi justamente a principal locação da versão original de “Pantanal” e foi adquirida por ele após as gravações da Manchete. E foi o local eleito por Jayme Monjardim, diretor responsável pela produção de 32 anos atrás, após seis meses de pesquisas na região.
Agora, a fazenda volta a ser locação principal das gravações in loco e Sater também volta à saga de Juma Marruá com outro papel: o chalaneiro Eugênio. Nada mais justo. É dele a interpretação mais famosa de “Chalana”, música de Mario Zan que embalou a “Pantanal” original.
A relevância do músico se estende ainda à entrada do filho Gabriel Sater em cena, também músico, no mesmo papel que foi seu na Manchete, o peão Trindade.
Engrossando o coro, outros músicos estarão diante das câmeras: Chico Teixeira, que estreia como ator interpretando o peão Quim na primeira fase, e Guito, que vive Tibério (papel que foi de Sérgio Reis no original) na segunda fase. Todos serão violeiros da novela.
“O Papinha [diretor artístico, Rogério Gomes] é um amante da música e queria um som legal, por isso a escolha dos violões foi tão importante”, conta Miriam Saback, mais conhecida como Mirica, produtora de arte da novela.
“Ligamos para o artista e perguntamos como estão acostumados a tocar”, continua Mirica. “Fizemos um violão para o Tibério, Quim e Trindade. O Gabriel Sater nos mandou todas as especificações e encomendamos um igual ao dele, envelhecemos de forma que ficasse uma réplica. Até brinquei que ele não saberia dizer qual é qual.”
Mirica conta que Almir ficou encantado com o violão encomendado para Chico Teixeira. “Ele adorou, tocou à beça. No caso do Almir, liguei para ele, que me disse que os violões dele são muito antigos, têm cara de época. Ele deixou a gente dar uma ‘envelhecidinha’ estando ao lado, cuidando de tudo (risos). Portanto, é o único que usará seu violão próprio”, finaliza.
A novela tem estreia prevista para a última semana de março, sucedendo “Um Lugar ao Sol”, de Lícia Manzo.