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Bancários protestam contra demora dos bancos em apresentar proposta salarial

Em dois meses de negociação, bancos ainda se negam a entregar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria

Por Redação | 19 agosto, 2022 - 9:01

Nesta sexta-feira (19), bancários e bancárias realizam uma mobilização nacional contra a demora dos bancos em apresentar propostas para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Em Campo Grande, o ato começa às 9h, em frente à agência do Banco do Brasil, na Avenida Afonso Pena.

Em dois meses de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancos se negam a entregar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria.

“Os lucros dos bancos continuam exorbitantes. Enquanto isso, a população sofre para conseguir atendimento por falta de funcionários e fechamento de agências, e os trabalhadores estão sobrecarregados. Nós exigimos uma resposta da Fenaban para mudar este cenário, porque sabemos que as instituições financeiras podem atender os pedidos dos bancários”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande – MS e Região (SEEBCG-MS), Neide Rodrigues, que faz parte do Comando Nacional.

Entre as reivindicações estão aumento salarial com ganho real, mais contratações, melhorias nas condições de trabalho, segurança, combate ao assédio e igualdade de oportunidades.

Para a categoria bancária, os bancos têm condições de apresentar propostas que atendam a essas reivindicações. Só em 2021, o lucro dos cinco maiores bancos do país (Caixa, BB, Itaú, Bradesco e Santander) ultrapassou os R$ 132 bilhões.

Atendimento à população

Enquanto os bancários estão sem resposta da Fenaban, a população enfrenta longas filas para conseguir atendimento nos bancos por causa das demissões e fechamentos de agências. Desde 2013, 77 mil bancários foram demitidos. Entre março de 2021 e março de 2022, 1.007 agências foram fechadas.

Para piorar a situação, os bancos ainda querem diminuir a segurança nas agências, retirando os vigilantes e as portas giratórias, e, assim, deixando a vida dos clientes e trabalhadores em risco.

“Não se trata apenas de um protesto sobre a nossa negociação salarial, é um ato que exige que as instituições financeiras respeitem também a população. Os bancos prestam um serviço essencial, nossas reivindicações têm o objetivo de melhorar a vida dos trabalhadores e garantir um atendimento digno à população”, ressalta a presidente do sindicato.

Até o momento, foram realizadas 11 rodadas de negociação com os bancos. Uma nova reunião acontece nesta sexta-feira (19). A categoria precisa assinar uma nova CCT até o dia 31 de agosto, data em que o atual acordo perde a validade.

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