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Bloqueios em rodovias provocam desabastecimento na Ceasa/MS, mas fluxo deve ser normalizado em breve

“Isso mostra como os bloqueios afetaram diretamente os consumidores. Imediatamente tivemos um aumento de preços e a diminuição na oferta de produtos com apenas alguns dias de paralisação”, afirmou Jaime Verruck, da Semagro

Por Redação | 3 novembro, 2022 - 16:34

Bloqueios nas rodovias verificados em vários estados nos últimos dias impediram a chegada de mercadorias à Ceasa/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul). Isso se deve, conforme pontua o secretário da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, mais em consequência das interdições ocorridas fora de Mato Grosso do Sul do que dentro do Estado, especificamente. “Isso mostra, claramente, como os bloqueios afetaram diretamente os consumidores. Imediatamente tivemos um aumento de preços e a diminuição na oferta de produtos com apenas alguns dias de paralisação”, afirmou.

Secretário Jaime Verruck: interdições em outros estados prejudicam abastecimento em MS

Entretanto, já estando praticamente todas as rodovias liberadas, o fluxo de cargas tende a se normalizar e a oferta de produtos na Ceasa/MS também será restabelecida nos próximos dias. “Já percebemos desde ontem uma melhoria no fluxo e estamos com a expectativa de que até amanhã a gente já tenha uma regularidade no número de caminhões chegando na Ceasa e, consequentemente, no fornecimento”, continua o secretário.

Conforme levantamento da diretoria da Ceasa/MS, nos dias 1º e 2 de novembro houve drástica redução na entrada de produtos, ficando entre 70% e 80% a menor do que em dias normais. Em comparação com terça e quarta-feira passadas, houve uma redução de 50% na chegada dos caminhões, passando de 108 para 54 veículos, sendo que, em sua maioria, os caminhões que conseguem chegar trazem cargas do próprio Mato Grosso do Sul. Geralmente, a Ceasa/MS recebe, em média 1.547 toneladas de mercadorias nas terças e quartas-feiras. Mas nessa semana (dias 1º e 2), o total não passou de 600 toneladas.

Os comerciantes da Ceasa/MS estão com estoque regular de alguns produtos menos perecíveis, como batata, cenoura e cebola. No entanto, segundo o diretor da Central, Daniel Mamédio do Nascimento, disse que os preços já começam a subir, refletindo a diminuição da oferta. A batata, por exemplo, saiu de R$ 110,00 para R$ 180,00 o saco de 25kg. Um aumento substancial de 62%.

Todos os produtos tiveram entrega reduzida, com destaque para o abacaxi, que é trazido de SP, MG, PA, AL, BA, MA e MS. Esse produto não teve nenhuma entrada registrada na quarta-feira (2). Para se ter outro parâmetro comparativo, na segunda-feira da semana passada (24/10) a Ceasa/MS recebeu 63.243 toneladas de abacaxi e nessa segunda-feira (31), apenas 21.120 toneladas. Uma redução de 70%.

A cebola, que é trazida de SP, MG, GO, MT, SC, RS e também de Mato Grosso do Sul, teve diminuição de 77% do volume total nesses dias, passando de 57,1 toneladas na semana passada para 13,46 toneladas no início dessa semana.

Outro produto destacado é a melancia, oriunda dos estados de BA, ES, MT, SP, GO, MG, RN, RS, TO e MS. Não houve registro de entrada do produto na terça-feira, e o total contabilizado na semana foi de 5,05 toneladas. No mesmo período da semana passada a Central recebeu 41 toneladas de melancia.

Goiaba, maçã, melão e pêra também entram na lista dos produtos que não registraram entrada na Ceasa/MS nesses dias de paralisação.

“No geral, a diminuição na entrada de mercadorias foi de aproximadamente 65%, prejudicando não só os vendedores como também os compradores que não conseguem chegar para comprar e levar para seus municípios”, afirma Daniel Mamédio.

“A tendência, segundo os permissionários questionados, é que se não normalizar até neste sábado, haverá a falta de várias mercadorias, além do aumento expressivo nos preços dos produtos que ainda restam no estoque”.

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