Por Redação | 23 setembro, 2022 - 15:05
Ele pode até ter nascido na China e se aperfeiçoado na Itália, mas é no Brasil que o sorvete encontra seus consumidores mais apaixonados. No dia 23 de setembro, o país celebra um dia todo reservado à sobremesa que ameniza o calor e adoça momentos felizes. A data coincide com o início da Primavera, e não é à toa: criada pela Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), o dia foi escolhido especialmente para estimular as vendas do setor. Como a estação marca a chegada de dias quentes, celebrar o Dia do Sorvete tornou-se uma maneira das pessoas aumentarem o consumo do doce.
O surgimento de novos tipos de sorvete, com variações como premium, gourmet, orgânicos e veganos, fez o mercado crescer cerca de 81% até 2020, segundo pesquisa da Mintel, uma empresa global de inteligência de mercado. O país é o 10º maior produtor mundial e o 11º maior consumidor.
Mas os desafios são inúmeros. Como a temperatura é um fator determinante no processo, para distribuição e venda dos sorvetes, é preciso um controle de qualidade bem apurado. É o que afirma Sandro Boeri, diretor e fundador da Dale Sorvetes. “Precisamos controlar todos os processos produtivos e a cadeia de envio dos produtos, por isso acompanhamos sempre de perto o trabalho dos clientes na revenda”, afirma ele.
A pandemia também afetou a produção. “No início, faltaram insumos, embalagens… isso prejudicava a fabricação dos nossos produtos. Apesar de isso já ter sido restabelecido, hoje enfrentamos a alta dos preços, que nem sempre conseguimos repassar para o consumidor final e acabamos absorvendo”, explica o diretor.
A saída encontrada é inovar e oferecer produtos a públicos que tradicionalmente não consumiam a sobremesa, como veganos, diabéticos e quem adota um estilo de vida mais saudável. Uma pesquisa realizada pela Mintel sobre o tema no Brasil indica que 51% das pessoas já estão priorizando uma alimentação balanceada e mais saudável.
De olho nesse público, a Dale já tem se adequado ao novo mercado. “Hoje estamos buscando lançar novos produtos, como os sorvetes funcionais, por exemplo o picolé de água de coco, e uma linha mais saudável, com teor de açúcar reduzido. Também estamos na fase de testes para fazer sorvetes veganos à base de leite de coco, ao encontro de um público mais exigente”, revela Sandro.
“O brasileiro, de modo geral, ama sorvete. É uma sobremesa democrática, refrescante e deliciosa, além de estar disponível em todas as faixas de preço, o que facilita a inclusão do doce no carrinho de compras da família”, avalia Gustavo Petry Custodio, gerente nacional de marketing do Fort Atacadista. Com o cenário econômico favorável, a tendência de crescimento nas vendas tende a ser ainda maior. “Nossa expectativa é de crescimento, tanto no segmento de oferta de produtos, como também na obtenção de um incremento das vendas junto ao consumidor final”, afirma Gustavo.
Para o diretor da Dale, trabalhar com sorvetes pode até ser desafiador, mas traz uma recompensa emocional inigualável. “É um trabalho que se torna gratificante. Me marca muito fazer parte da memória afetiva das pessoas. Presenciei uma criança puxando a mãe pela mão e apontando para um de nossos sorvetes, e a primeira atitude da criança foi dar pra mãe provar, porque ela queria que a mãe experimentasse e soubesse o quanto era gostoso. Isso não tem preço”.
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