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Escolas de Dourados e Aparecida do Taboado são premiadas em feira científica da USP

Por João Paulo Ferreira | 6 abril, 2020 - 9:43

Nem a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tirou o brilho da vitória dos jovens cientistas das escolas do Sesi de Aparecida do Taboado e Dourados que conquistaram, respectivamente, os 3º e 4º lugares em duas categorias da Febrace 2020 (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), promovida todos os anos pela USP (Universidade de São Paulo) e considerada o maior evento científico estudantil do Brasil.

Os vencedores foram anunciados pela organização da feira no sábado (04/04) em uma transmissão online comandada pelos mestres de cerimônia Iberê Thenório e Mari Fulfaro, do canal Manual do Mundo, um dos principais canais de ciências e tecnologia do Brasil.  Os projetos foram desenvolvidos durante as aulas extracurriculares de Iniciação Científica e se destacaram em meio aos 750 projetos inscritos por estudantes de escolas públicas e privadas.

Da Escola do Sesi de Aparecida do Taboado, os alunos Diego Soares, Igor Guissani e João Victor Sidronio, orientados pelo professor Vinicius Agostini Machado, criaram um repelente desenvolvido à base do fruto Noni (Morinda citrifolia) e aplicado ao caruncho do milho (Sitophilus zeamais), como um repelente natural dos insetos em embalagens de alimentos. O projeto ficou em 3º lugar, entre os 32 que concorriam na categoria “Ciências da Saúde”.

Já os alunos da Escola do Sesi de Dourados, Luana Heck dos Santos, Lucas Diosnel Duarte Cano e Samuel Alves Alencar, sob a orientação dos professores Diego Corrêa da Silva e Cristiane Girelli, desenvolveram um suporte para autonomia de cadeirantes, um carrinho adaptável para cadeiras de rodas que os auxilia em supermercados, contribuindo para maior autonomia e inclusão na sociedade. O trabalho foi o 4º lugar da categoria “Ciências Sociais e Aplicadas”, em que concorriam 23 projetos.

Aparecida do Taboado

A turma de Iniciação Científica da Escola de Aparecida do Taboado fez uma chamada de vídeo para, ainda que à distância, pudesse acompanhar a transmissão da cerimônia de premiação da Febrace unida. Para o aluno João Victor Sidronio, o desenvolvimento do repelente para carunchos evoluiu muito rápido ao longo das aulas de Iniciação Científica. “Foi tão rápido a ponto de ser premiado da Febrace. Os desafios superados foram fundamentais para entendermos a importância da iniciação científica. O projeto não acabou e temos idéias promissoras para os próximos passos”, afirmou.

Diego Soares conta como foi a experiência de começar um projeto científico do zero. “Não foi fácil, mas estudamos vários artigos e realizamos muitos testes que geraram muito aprendizado para todos nós. Agradeço a professor Vinicius e à diretora Silvia pelo apoio e por termos conseguido chegar tão longe”, comemorou. “Participar da Febrace 2020 foi uma honra, acima da premiação, o conhecimento e a experiência que tivemos foi algo surreal. Aprendemos sobre ciência e criamos laços com outros pesquisadores. O Sesi tem sido um grande incentivador da nossa carreira acadêmica”, considerou Igor Guissani.

Orientador do projeto, o professor Vinicius comenta a sensação de dever cumprido. “Motivar os alunos a praticar ciência e mostrar a eles do que eles são capazes tem sido recompensador. É uma grande realização profissional e que venha a Febrace 2021”, disse.

Dourados

De Dourados, os alunos da Iniciação Científica da Escola do Sesi vão levar a experiência da Febrace para a vida. “Foi muito importante para mim, uma experiência que levarei para a vida toda. Adorei estar presente, mesmo que tenha sido tudo virtual”, afirmou Lucas Duarte Cano, acrescentando que espera conseguir avançar no protótipo do suporte para cadeirantes.

Para Samuel Alencar, a premiação na feira foi um reconhecimento ao trabalho realizado ao longo do ano. “Fomos aprimorando alguns pontos do nosso projeto, que ainda pode melhorar, e nosso esforço foi todo recompensado por essa premiação”, pontuou. A aluna Luana Heck dos Santos completa falando sobre a importância da iniciação científica nas escolas. “Até a experiência de apresentar virtualmente foi diferente para nós, apesar de não podermos ir presencialmente até São Paulo, fomos muito bem avaliados. A Febrace aguça o censo crítico, nos prepara melhor para a faculdade e faz crescer como ser humano”, avaliou.

O professor Diego Corrêa da Silva, orientador dos alunos, reforça a importância da valorização da ciência e da pesquisa, especialmente em meio ao avanço mundial do novo coronavírus, que vem mostrando os esforços de universidades e pesquisadores na busca por soluções contra a pandemia.

“Acredito que a Febrace mostra a importância do incentivo, já na educação básica, para os estudantes começarem a atuar como cientistas e, principalmente, exercerem sua cidadania, contribuindo para ajudar de alguma forma a solucionar problemas identificados por eles”, finalizou.

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