Por Viviane Freitas | 20 novembro, 2023 - 9:25
A má qualidade do ar em Mato Grosso do Sul, causada pelas queimadas e altas temperaturas, está afetando diretamente a saúde das pessoas. Especialistas alertam que as partículas poluentes liberadas no ar podem tornar necessário o uso de máscaras, semelhante ao que já é recomendado em grandes metrópoles com poluição urbana.
De acordo com dados do Programa de Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de sexta-feira (17) para sábado (18), Mato Grosso do Sul registrou 356 focos de incêndio, colocando o estado em segundo lugar no ranking nacional, atrás apenas do Mato Grosso, que teve 562 focos.
Do total de focos em Mato Grosso do Sul, 79% ocorreram no Pantanal (282), 70 no Cerrado e quatro na Mata Atlântica. No Pantanal, dos 282 focos, 192 (68%) ocorreram em Corumbá, 66 (23,4%) em Miranda e 24 (8,5%) em Aquidauana. Corumbá também é o segundo município com mais focos no país, totalizando 213.
É importante destacar que, devido às altas temperaturas, o mês de novembro apresentou um aumento alarmante de mais de 7000% no número de focos na região do Pantanal em comparação com o ano anterior. Segundo o Programa de Queimadas, de 1º a 17 de novembro foram registrados 1.334 focos, enquanto no mesmo período de 2022 foram apenas 18.
O professor e doutor em geofísica espacial, Widinei Alves Fernandes, ressaltou que em todo o mundo cerca de sete milhões de pessoas morrem devido à exposição a ambientes poluídos, aumentando os riscos de AVC, problemas cardíacos e respiratórios.
“A qualidade do ar em Campo Grande é considerada boa na maior parte do ano, mas eventos como o período de queimadas aumentam a presença de partículas poluentes, exigindo alerta da população”, destaca o doutor.
Conforme explicação do professor, o índice de qualidade do ar é medido pela concentração de partículas, sendo que quanto menor o índice de partículas poluentes, melhor a qualidade do ar. Grandes queimadas em regiões próximas podem levar a uma classificação de qualidade do ar considerada ruim e muito ruim.
“Essas partículas finas são inaladas, penetrando no sistema respiratório e até na corrente sanguínea, potencializando doenças. Essas medidas são comuns em países como Arábia Saudita, China e Índia. Em Campo Grande, o uso de máscaras ainda não é necessário, mas na região pantaneira é recomendado”, conclui o professor.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, houve um aumento de 6% nos atendimentos relacionados ao calor nas Unidades de Urgência e Emergência, principalmente para pacientes idosos.
O calor intenso pode diminuir, segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), devido à probabilidade de chuvas, tempestades, raios, rajadas de vento e eventual queda de granizo. Essas instabilidades são resultado do intenso fluxo de calor e umidade da Amazônia, combinado com o avanço de uma frente fria oceânica.
Em uma trágica situação, uma moradora de Mato Grosso do Sul sofreu uma parada cardiorrespiratória durante o show da cantora Taylor Swift, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (17), possivelmente devido ao calor extremo. Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, natural de Sonora, estava ansiosa pelo evento.
O prefeito Enelto Ramos da Silva (PP), em nota, destacou a necessidade de investigar urgentemente se houve restrição ao acesso à água dentro do estádio Nilton Santos, especialmente diante das altas temperaturas enfrentadas recentemente. Ele pediu transparência na divulgação das informações sobre o incidente, buscando justiça e medidas sérias e responsáveis para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.
23 novembro, 2024
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