Por João Paulo Ferreira | 9 dezembro, 2024 - 10:46
Mato Grosso do Sul registrou avanços significativos no mercado de trabalho em 2023, mas ainda enfrenta desafios relacionados à extrema pobreza e desigualdades sociais. Dados divulgados pelo IBGE na última semana mostram que a taxa de desocupação caiu de 4,9% em 2022 para 4,7% em 2023, com o número de pessoas ocupadas atingindo 1,43 milhão, o maior contingente desde 2012.
Apesar disso, as desigualdades de gênero seguem evidentes: a taxa de desocupação masculina foi de 3,4%, enquanto a feminina alcançou 6,2%.
O rendimento domiciliar per capita no estado subiu 6,5% em 2023, atingindo R$ 1.990,00, acima da média nacional de R$ 1.848,00. Contudo, as desigualdades raciais permanecem marcantes. O rendimento médio de pessoas brancas foi 58,2% superior ao de pessoas pretas ou pardas. Entre os 10% mais pobres da população, 65,3% são pretos ou pardos, destacando a concentração de vulnerabilidade em determinados grupos sociais.
A extrema pobreza ainda preocupa. Apesar de a proporção de pessoas nessa condição ter caído de 2,7% em 2022 para 2% em 2023, o índice ainda é elevado. Cerca de 132 mil pessoas vivem com até ¼ do salário mínimo per capita (R$ 330,00), e 25,4 mil residem em domicílios sem qualquer fonte de renda.
Na área de educação, houve avanços no acesso escolar para crianças de 0 a 5 anos. No entanto, a taxa de escolarização de jovens de 15 a 17 anos foi de 88,2%, uma das menores do país. Apenas o ensino superior atingiu as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), com uma taxa de frequência líquida ajustada de 33,7%. O analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais atingiu a menor taxa da série histórica, 3,9%.
Outro dado relevante é o aumento do número de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, que subiu de 101 mil em 2022 para 114 mil em 2023, o equivalente a 17,3% dessa faixa etária. Apesar da alta, esse índice ainda é o segundo menor da série histórica no estado.
O índice de Gini, que mede a desigualdade, chegou a 0,477 em Mato Grosso do Sul, indicando piora em relação a anos anteriores. Sem os programas sociais, o índice subiria para 0,506, o que evidencia o impacto positivo das políticas públicas na redução da desigualdade.
Embora o estado apresente avanços em indicadores de emprego e renda, os dados reforçam a necessidade de políticas públicas mais robustas para enfrentar a pobreza extrema, as desigualdades sociais e os desafios na educação. Mato Grosso do Sul avança, mas a inclusão social ainda é um desafio que requer atenção contínua.
11 dezembro, 2024
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