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IBGE já recenseou mais de 2,5 milhões de pessoas em MS e trabalha para reduzir taxa de recusa e encontrar ausentes

Foram recenseadas 2.504.514 pessoas em MS, em 1,2 milhão de domicílios; Isso representa cerca de 89,3% da população, de acordo com o resultado prévio do Censo (2,8 milhões de pessoas)

Por João Paulo Ferreira | 3 fevereiro, 2023 - 9:55

Após seis meses em campo, um dos principais desafios para a conclusão do Censo 2022 é encontrar os moradores
que não
foram encontrados durante as visitas do recenseador e reverter às recusas para responder ao
questionário. Em Mato Grosso do Sul, a taxa média de recusas é de 1,74% em dados atualizados no último dia de

janeiro. Apesar de o número estar abaixo da média naci
onal, que foi de 2,43%, é muito importante que todos os
moradores sejam recenseados para que os dados possam trazer um retrato fiel da população sul
matogrossense,
afinal, o Censo Demográfico é a principal pesquisa do país que permite traçar um perfil soc
ioeconômico da
população. Esse percentual é consideravelmente maior em localidades onde há maior concentração populacional.
Em São Paulo, que lidera o ranking entre os estados, a taxa de recusas é de 4,49%, o que equivale a cerca de 720
mil domicílios em q
ue o morador se recusou a prestar informações ao IBGE.

Os municípios de MS com os maiores índices de recusa são: Terenos
8,89%, Corguinho 3,79%, Sidrolândia
3,62%, Ladário
3,29%, Bataguassu 2,88%, Rio Negro 2,75%, Ivinhema 2,63%, Dourados 2,44%, Bela Vista 2,40% e Nova Alvorada do Sul 2,31%.

Recusa é mais alta em bairros de maior renda

Conforme relata Sylvia Martinez Assad Oliveira, que coordena o Censo em Campo Grande, “Nossos recenseadores

passaram por diversas recusas e algumas ameaç
as. O processo eleitoral, simultâneo ao Censo, gerou confusão e
certa hostilidade em parte da população. Os bairros de média e alta renda são os que demandam mais esforço de

convencimento e revisitas. Muitas vezes as pessoas estavam em casa e mesmo assim s
equer atendiam a campainha
ou o interfone. Não tínhamos como explicar a importância da pesquisa.”
Em situações de recusa, o supervisor vai ao local para verificar a situação e explicar a importância e segurança de
responder a pesquisa, mas há casos que necessitam de um esforço maior.

Mario Alexandre de Pinna Frazeto, Superintendente do instituto em MS, r
elembra: “Também temos os casos dos
condomínios, que nos últimos anos ficaram cada vez mais fechados para nossas pesquisas. A população está mais

distante e receosa depois da pandemia e de inúmeros golpes virtuais. Chegamos a ter casos de locais que, em um

primeiro momento proibiram o trabalho do recenseador em sua área interna. Foi necessário buscar a ajuda da

procuradoria federal para esclarecer a importância do trabalho, além do embasamento em lei, tanto do sigilo das

informações, quanto da obrigatorieda
de de responder ao Censo.”

Percentual de moradores ausentes em MS é de 5,78%, o 5º maior do país

Além dos casos de recusas, o Censo 2022 também tem registrado percentuais elevados de moradores ausentes. A

média de MS é de 5,78% até o dia 31 de janeiro, fi
cando acima da média do país (4,62%) e é o 5º maior entre as
UFs, ficando atrás de Mato Grosso (14,04%), Espírito Santo (9,58%), São Paulo (8,04%) e Tocantins (6,01%). Para

efeitos de comparação, no Censo de 2010, não havia um indicador separado para recus
a e moradores ausentes. A
média das duas situações, somadas, chegou a 1,5% no Brasil ao fim da operação censitária.

Foram tomadas diversas medidas para se encontrar os moradores ausentes. São feitas pelo menos quatro visitas a

um mesmo domicílio quando o m
orador não é encontrado em casa nessas ocasiões, e no mínimo uma delas ocorre
fora do horário comercial.

O relato do Superintendente do órgão no estado de São Paulo resume parte das mudanças na dinâmica da

sociedade nos últimos anos, que ocorreu em muitas
cidades de MS também. Francisco Garrido associa o percentual
elevado desse indicador em São Paulo às mudanças culturais.

“A dinâmica de trabalho afetou bastante isso. A média de moradores diminuiu no estado de São Paulo e as pessoas

trabalham e estudam. E
ntão normalmente têm uma rotina diária de ir para o trabalho e já ficar para o estudo. Isso
também dificultou bastante a coleta das informações, tendo em vista que, em alguns casos, o recenseador volta

além das quatro vezes normais previstas no manual. Nós
tivemos que voltar até dez vezes em determinados
domicílios ou condomínios para cumprir a coleta e mesmo assim a gente acabou com percentuais altos de

moradores ausentes”, pontua.

Dentre os domicílios fechados há o que se conhece como recusa velada

“Tive
mos diversos casos de recenseadores que passaram por situações complicadas com os moradores. Eram
dadas diversas desculpas para evitar a entrevista. O (a) recenseador (a) combinava o horário para fazer o censo no

domicílio, ia até o local e, ao invés de co
nseguir fazer seu trabalho, recebia um novo pedido para remarcar a
entrevista. Neste processo, são desperdiçados tempo e recursos públicos. Além disso, o profissional vai ficando

desgastado também.” relata Alex Uchôas, coordenador operacional do censo em M
S.

“É esse tipo de situação que chamamos de recusa vela
da, o comportamento do morador impede a obtenção das
informações, mesmo que não diga expressamente que se recusa a dá
las”, completa.

Os municípios de MS com os maiores percentuais de moradores ausentes
são: Bonito 16,78%, São Gabriel do
Oeste
16,26%, Caracol 15,20%, Dourados 14,09%, Jardim 12,99%, Água Clara 11,58%, Ribas do Rio Pardo 11,01%, Ivinhema 10,97%, Porto Murtinho 9,44% e Nova Andradina 8,96%.

DisqueCenso 137

Serviço inédito na operação censitária no país, o Disque
Censo foi disponibilizado desde o fim do ano passado.
Nele, as pessoas que ainda não foram recenseadas têm a oportunidade de ligar e solicitar a visita de um

recenseador. O Atendente
do 137 registra a demanda e encaminha para os responsáveis pela área e eles buscam
um recenseador que fará a entrevista.

Além do 137, o informante que ainda não respondeu ao questionário do Censo deve ligar para o 0800 721 8181,

que estará disponível até
o dia 20 de fevereiro ou procurar uma agência do IBGE na sua cidade.

Com a cobertura dos setores censitários praticamente concluída, quase 90% da população foi
recenseada

Desde o início da operação, em 1º de agosto, até o dia 31 de janeiro, foram recensead
as 2.504.514 pessoas em
Mato Grosso do Sul
, em mais de 1,2 milhão de domicílios. Isso representa cerca de 89,3% da população do estado,
de acordo com o resultado prévio (2,8 milhões de pessoas).

A cobertura completa dos setores censitários foi praticament
e toda concluída em janeiro de 2023. Em fevereiro e
março, permanecerá em andamento o processo de revisão, controle de qualidade e apuração do Censo, com

tentativas de reversão de recusas, revisitas a domicílios com morador ausente para realização de entre
vistas, além
de verificação de domicílios vagos, de uso ocasional, possíveis duplicidades e omissões e preparação para

divulgação. A previsão é de que o IBGE divulgue os resultados definitivos do Censo referentes à população dos

municípios em abril de 2023
.

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