Por Viviane Freitas | 21 agosto, 2023 - 10:17
Moradores e comerciantes da região central de Campo Grande estão expressando indignação devido ao aumento de invasões de usuários de drogas em casas abandonadas. Esses invasores não apenas ocupam essas residências vazias, mas também as incendeiam e roubam os fios elétricos dos imóveis.
Anilom Molina, um comerciante local, relata que já testemunhou esse tipo de comportamento na cidade anteriormente, mas está alarmado com o crescente número de usuários de drogas envolvidos em furtos de fios em casas abandonadas no centro da cidade.
O comerciante conta que recentemente presenciou, em plena luz do dia, usuários de drogas queimando fios roubados em uma casa abandonada. Segundo ele, essas casas vazias no centro da cidade têm se tornado refúgios para viciados. Ele menciona especificamente um incidente na Rua Maracaju.
Essa prática de crimes cometidos por usuários de drogas tem aumentado significativamente em Campo Grande. Recentemente, uma parte da Avenida Júlio de Castilho ficou sem energia devido a ações desse tipo, deixando moradores e comerciantes sem eletricidade.
Para enfrentar esse problema, Anilom sugere uma medida paliativa que poderia ajudar a conter a propagação desses crimes.
“Em minha opinião, deveriam implementar leis mais rigorosas para os proprietários de imóveis abandonados. Essa legislação os obrigaria a bloquear todas as portas e janelas com tijolos, a fim de evitar o uso criminoso e por usuários”, propôs.
Ele concluiu mencionando que a falta de patrulhamento policial no centro tem permitido a continuidade dessas invasões e atividades ilícitas.
Alternativas
A corretora de imóveis Fabiana Reis orientou que, para coibir as invasões aos imóveis, que estão cada vez mais recorrentes, o ideal é que, se o local está para venda, que ele seja disponibilizado para aluguel.
“Percebemos que isso acontece com frequência em imóveis no Centro e nos bairros mais afastados. Orientamos que os proprietários coloquem para locação, para gerar renda e para que a residência ou o ponto comercial não fique à mercê de invasões”, disse.
Atuando na área de monitoramento há mais de 10 anos, Liosmar Almeida relata que a procura pelos serviços de vigilância aumentou muito nos últimos meses. Em alguns casos, os proprietários optam, inclusive, por custear a presença de um vigilante por 24 horas no imóvel.
“As invasões atingem todas as áreas da cidade, e em alguns imóveis colocamos pessoas 24 horas para coibir as ações de furto e ocupação. Eu acredito que a tendência é de aumento desse tipo de crime, a polícia não consegue combater na mesma proporção que os casos acontecem”, afirmou.
Almeida relatou ainda que, além das invasões, os usuários de drogas costumam depredar e vender tudo o que for possível dos imóveis.
“Em algumas residências e espaços comerciais que começamos a cuidar, notamos que toda a fiação foi furtada e que houve ligações clandestinas de água e luz. Em alguns espaços, levaram até mesmo a cerca elétrica. O pior, na minha opinião, é quem recepta e compra esses materiais roubados”, pontuou.
Conforme Almeida, o serviço de monitoramento pode variar de R$ 4 mil a R$ 8 mil. “Isso varia de acordo com o serviço que prestamos. Para cuidar de uma grande área, com a nossa equipe visitando o local todos os dias, cobramos por volta de R$ 4 mil. Se eu preciso instalar um vigilante para ficar 24 horas no imóvel, o preço já vai para R$ 8 mil”, comentou.
Saiba
Segundo o artigo 150 do Código Penal, “entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências gera pena de detenção de um a três meses, ou multa’’.
23 novembro, 2024
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