Por João Paulo Ferreira | 6 setembro, 2024 - 17:22
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um levantamento detalhado sobre a população que vive em instituições, como prisões, asilos e alojamentos em Mato Grosso do Sul. Os dados apontam que mais de 16 mil pessoas residem nessas condições no estado, sendo a maioria concentrada em penitenciárias e centros de detenção, com mais de 11 mil detentos.
As penitenciárias e centros de detenção abrigam a maior parte dessa população, com 11.708 pessoas. Destes, a esmagadora maioria, 94,3% (11.041), são homens, enquanto apenas 667 são mulheres. Esse perfil demonstra uma concentração masculina significativa entre os detentos, contrastando com a presença feminina, que representa apenas 5,7% desse grupo.
Além das prisões, outras instituições coletivas abrigam uma quantidade expressiva de pessoas. Asilos ou instituições de longa permanência para idosos registraram 1.696 residentes, e os alojamentos somaram 1.222 moradores. Instituições como orfanatos, clínicas psiquiátricas e abrigos para pessoas em situação de vulnerabilidade abrigam populações menores, variando entre algumas dezenas a centenas de indivíduos.
A pesquisa destacou um dado alarmante: quase metade dos moradores de asilos em Mato Grosso do Sul são analfabetos. Dos 1.696 residentes em instituições de longa permanência para idosos, 49,4% não sabem ler ou escrever. Esse índice é ainda mais preocupante entre pessoas com mais de 60 anos, grupo em que a taxa de analfabetismo alcança 50,1%, muito acima da média estadual de 20,3% para essa faixa etária.
Nos outros tipos de instituições, a taxa de analfabetismo é menos acentuada. Nas penitenciárias, por exemplo, 5,4% dos detentos são analfabetos, um percentual ligeiramente inferior à média do estado, que é de 5,5%. A diferença de gênero também se mantém, com 5,4% dos homens sendo analfabetos, comparados a 3,9% das mulheres detidas.
A situação de moradia em Mato Grosso do Sul também inclui uma parcela de 3.228 pessoas vivendo em condições improvisadas. O tipo de moradia mais comum nesse grupo é a “tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido”, onde vivem 1.608 pessoas. Essas habitações representam 49,8% das moradias improvisadas do estado.
Além das tendas, outras formas de moradia precária incluem pessoas vivendo dentro de estabelecimentos comerciais, estruturas degradadas ou inacabadas, e veículos, como carros ou caminhões. As taxas de analfabetismo entre esses grupos também são elevadas, com 16,3% de analfabetos em média, atingindo 21,3% nas tendas.
O levantamento do IBGE também registrou o aumento expressivo de domicílios não ocupados em Mato Grosso do Sul, que incluem tanto as residências de uso ocasional quanto os imóveis vagos. Os domicílios de uso ocasional, utilizados principalmente como casas de veraneio ou para aluguel temporário, somaram 74.806 no estado, um aumento de 80,2% em relação à última pesquisa.
Os municípios de Corguinho e Bonito se destacam por apresentar mais de 60% de seus domicílios não ocupados destinados a uso ocasional, os maiores percentuais do estado.
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