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Mais de 74 mil indígenas vivem na zona rural de MS, aponta IBGE

Estado mantém 64% da população indígena no campo, com crescimento urbano de 181%

Por João Paulo Ferreira | 26 dezembro, 2024 - 13:30

O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE no último dia 19, trouxe dados detalhados sobre a população indígena no Brasil, destacando características demográficas, sociais e habitacionais. Em Mato Grosso do Sul, 64,06% dos indígenas viviam em áreas rurais, colocando o estado na 8ª posição nacional quanto à concentração de indígenas no campo. Apesar disso, o número de indígenas em zonas urbanas aumentou 181,1% entre 2010 e 2022, refletindo mudanças significativas no perfil de distribuição populacional.

Distribuição e crescimento populacional

Dos 116.469 indígenas em Mato Grosso do Sul, 74.608 residem em áreas rurais. Em comparação, 41.861 estão nas cidades, representando 35,94% da população indígena. Campo Grande, Dourados e Amambai concentram os maiores números de indígenas, enquanto municípios como Alcinópolis, Pedro Gomes e Taquarussu têm os menores.

Em áreas urbanas, a idade mediana dos indígenas é de 31 anos, superior à mediana de 20 anos registrada em zonas rurais e em terras indígenas. Essa diferença reflete dinâmicas distintas de crescimento populacional entre os dois contextos.

Saneamento básico e condições domiciliares

Acesso a infraestrutura básica ainda é desigual. Apenas 64,5% dos domicílios com indígenas têm acesso à água encanada, com disparidades marcantes entre terras indígenas e áreas fora delas. Na zona rural, 15,2% das residências indígenas possuem água encanada, contra 49,2% na área urbana.

Já o acesso ao saneamento adequado é de 68,66% para indígenas fora das terras indígenas em áreas urbanas, enquanto a destinação adequada do lixo atinge 89,11% desses moradores, um número muito superior aos 5,54% registrados em terras indígenas e áreas rurais.

Alfabetização e registro de nascimento

A taxa de alfabetização entre indígenas com 15 anos ou mais alcançou 87,6%, inferior à média estadual de 94,61%. No recorte urbano, a taxa é de 91,8%, contra 84,9% no campo. As disparidades também se refletem entre os gêneros, com mulheres apresentando menores índices de alfabetização em comparação aos homens.

Entre crianças indígenas de até 5 anos, 97,4% possuem registro de nascimento, um índice próximo ao da população geral no estado. No entanto, o uso do Registro Administrativo de Nascimento Indígena (RANI) ainda é significativo, abrangendo 4,1% das crianças indígenas.

Perspectivas e desafios

Os dados do Censo 2022 reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de vida da população indígena, sobretudo no campo. O aumento expressivo de indígenas nas cidades e os desafios relacionados à infraestrutura básica evidenciam a complexidade das demandas dessa população no Mato Grosso do Sul.

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