Morre aos 82 anos Celso Costa, ícone da arquitetura campo-grandense

Campo Grande perdeu um verdadeiro ícone da arquitetura com o falecimento do arquiteto e urbanista Celso Costa, que morreu aos 82 anos, nesta sexta-feira (15). A notícia foi compartilhada por sua filha, Ana Beatriz, ecoando as memórias de suas contribuições inestimáveis para o mundo da arquitetura.

Há mais de duas décadas, Celso Costa já demonstrava sua visão vanguardista ao utilizar uma caneta hidrográfica com traços paralelos, uma novidade que hoje encanta os amantes da caligrafia e dos traços góticos. Sua habilidade de afilar as pontas de fibra dessas canetas para criar desenhos precisos em projetos arquitetônicos era lendária, rompendo com a prática comum de preenchimento com nanquim.

Celso Costa também era um mestre na produção industrial de projetos, com carimbos identificadores de pranchas gravados por impressão serigráfica. Antes da era das impressoras coloridas, suas obras se destacavam pela perfeição do traço e pela aplicação criativa de cores com cera e pó xadrez.

Sua inovação não se limitava apenas à técnica, mas também à busca constante de eficiência. Celso introduziu copiadoras no mercado, melhorando a reprodução de projetos arquitetônicos. Além disso, ele enfatizou a importância de projetar com base em volumes, em vez de apenas áreas, uma abordagem que influenciou profundamente a arquitetura da construção civil.

Celso Costa, um idealista e defensor da responsabilidade social, deixou sua marca não apenas na arquitetura, mas também na luta pela classe e no compromisso com a comunidade. Sua visão do futuro e seu comprometimento com a qualidade permearam todas as suas obras e ações.

Também atuou na criação do primeiro curso de arquitetura e urbanismo do Estado, no Centro de Ensino Superior de Campo Grande (atual Uniderp) e foi conselheiro federal do CAU em duas gestões (2012-2014/2015-2017). O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota de pesar. A causa da morte não foi informada na nota.

Hoje, nos despedimos de um visionário cujo legado continuará a inspirar arquitetos e amantes da arte por gerações.