Por Redação | 18 agosto, 2022 - 15:12
Só quem ficou internado em um leito de hospital consegue entender a angústia que é desejar alguma coisa simples e não realizar por conta das limitações impostas pelas condições clínicas. Abraçar um animal de estimação, por exemplo, é algo que pode ser feito por qualquer pessoa, no dia-a-dia, mas não por alguém que está em tratamento entre as quatros paredes de um quarto.
E para realizar o desejo de um paciente que está em cuidados paliativos e de sua família, que era rever sua cadelinha, a Santa Casa de Campo Grande realizou uma ação que envolveu os Serviços de Geriatria e Cuidados Paliativos e a Comissão de Humanização do hospital, na manhã desta quinta-feira, dia 18.
O paciente Amarildo Carlos Ferreira, de 56 anos, está internado no hospital há seis dias para tratar de uma cirrose hepática avançada, também é renal crônico dialítico e acumula outras internações do passado. “A esposa manifestou que, como ele já era cadeirante há muito tempo, a cadelinha só ficava próxima dele em casa. Então, era muito importante esse reencontro”, explica a médica paliativista da Santa Casa, Fernanda Romeiro.
O pet, chamada de Lalá, também conhecida como “Lalinha” para os mais íntimos, veio diretamente de Bandeirantes, cidade em que mora a família, localizada a 58 km da Capital, especialmente para o reencontro. Ela chegou em Campo Grande na tarde de quarta-feira, tomou um banho caprichado e aguardou a manhã desta quinta-feira para visitar o ‘amigo’ aqui no hospital.
O encontro aconteceu na Unidade de Terapia Intensiva Cardiovascular (UTI), leito onde Amarildo está internado. “Essa ação é importante porque conseguimos humanizar e individualizar o atendimento, levando em conta os pilares do cuidado paliativo, que é trazer qualidade de vida nos momentos que restam ao paciente”, ressalta Fernanda.
“Se a gente não consegue devolver o paciente para o ambiente de casa, que poderia ser uma vontade dele, a gente tenta proporcionar um pedacinho disso aqui no hospital. Existe uma individualidade, você ver o seu pet que há anos é seu companheiro. Espero que essa ação abra portas para que a gente consiga fazer outras como essa”, complementa a médica paliativista.
De acordo com a supervisora médica do Serviço de Geriatria e Cuidados Paliativos, dra. Paskale Vargas, a Terapia Assistida por Animais (TAA), conhecida pelo mundo como Pet Terapia, é um tratamento auxiliar para diversos tipos de doenças, muito utilizado por, comprovadamente, promover o bem-estar e a saúde emocional, física, social e cognitiva em pacientes hospitalizados.
“A Pet Terapia é alternativa para tratar a ansiedade e depressão, a gente geralmente traz cachorros que são treinados para isso”, afirma a dra. Paskale Vargas. “Hoje, a equipe proporcionou a humanização. A gente trouxe o cachorrinho do paciente, que é um serzinho que ele tem um vínculo, numa situação de fim de vida. É um paciente dialítico que foi solicitado a suspensão da diálise e está em processo ativo de morte. E o que a gente fez foi realizar um desejo de fim de vida”, finaliza a geriatra.
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