Por Viviane Freitas | 25 janeiro, 2022 - 16:58
Era mais um dia de calor em Caarapó (MS) – a 273 km de Campo Grande -, quando o picolezeiro, de 64 anos, Amadeu da Rocha ofereceu um cartão feito à mão, com o telefone dele, para fidelizar uma cliente. Após entregar o pedaço de papel, o idoso não esperava que uma campanha sensibilizasse algumas pessoas que doaram 2 mil cartões personalizados ao vendedor de picolés.
“Eu dei o cartãozinho para a mulher e disse: ‘se você quiser algum outro sorvete, eu posso trazer aqui. Olha, aqui está meu telefone, pode ligar quando precisar'”, relembrou Amadeu.
“Ainda não recebi os cartões, mas vou recebê-los semana que vem. Eu fiquei bem feliz com a ação. Vendo picolés recentemente e trabalho para conseguir algum troquinho”, comentou o senhor vendedor de sorvetes.
A propaganda do negócio de Amadeu vai além da buzina típica dos picolezeiros, “agora eu vou ter meus cartões impressos”, comentou.
Natural de São Paulo, Amadeu diz trabalhar com os picolés por não haver outras oportunidades de trabalho no mercado. “O meu ramo é gráfico, trabalhei 25 anos neste ramo. As empresas não dão mais emprego para mim. Vou tentar dar entrada na aposentadoria, tô levando minha vida e ganhando um troquinho”, diz.
O picolezeiro chegou a Mato Grosso do Sul há oito meses e veio para morar mais próximo de dois filhos que estão em Caarapó. Sem aposentadoria, Amadeu diz que a venda de picolés é uma forma de “ganhar uns troquinhos”.
A saída para venda diária de picolés é às 9h, o vendedor vai a uma sorveteria da cidade, pega o carrinho, enche de sorvetes e volta para casa. “Depois de pegar os sorvetes, volto para casa, assisto missa, esquento o almoço e por volta das 10h saio para vender meus picolés”.
Entre a esperança de se aposentar, continua vendendo os picolés. Entre os mais vendidos estão os de abacaxi, milho, chocolate e um envolto com cobertura de chocolate, a moreninha. “Eu sou fã do de abacaxi e limão”, finaliza Amadeu.
14 maio, 2024
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