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Saiba o que fazer ao encontrar um animal silvestre fora do seu habitat

Em 2019, foram 1.766 animais silvestres capturados nas cidades de MS

Por João Paulo Ferreira | 15 março, 2020 - 10:30

A fauna de Mato Grosso do Sul é bem diversificada e conta com mais de 5,1 mil espécies, conforme estudos recentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Mas o que fazer ao se deparar com um animal silvestre machucado, ou até mesmo no quintal da sua residência? São situações incomuns, mas que podem ocorrer, já que cada vez mais espécies estão se adaptando a convivência nas áreas urbanas.
Para se ter uma ideia, a Polícia Militar Ambiental (PMA) já realizou a captura de animais em locais bem inusitados como ouriço em edifício, capivara em armário, serpentes e lagartos dentro de veículos e até tamanduá bandeira dentro de churrasqueira. Em 2019 foram 1.766 animais silvestres capturados nos perímetros urbanos do Estado, sendo 810 só na Capital.
O primeiro impulso do ser humano ao se deparar com um desses animais nos parques urbanos ou áreas verdes, especialmente se for um filhote, pode ser o de recolhe-los e retirá-los do ambiente onde estão. Porém, a recomendação é analisar visualmente, e se não estiver machucado, deixá-lo onde está e se afastar do local, pois muito provavelmente a mãe está por perto.
Nas residências, a PMA orienta que os adultos não se aproximem e também evitem as crianças de se aproximarem, principalmente se forem animais que ofereçam riscos, como grandes mamíferos ou bichos peçonhentos, pois quando se sentem acuados a tendência é o ataque como instinto de defesa.
A principal recomendação é ligar para a PMA que irá avaliar junto ao cidadão sobre a necessidade de enviar uma equipe para fazer a captura do animal, ou apenas de orientar sobre o que fazer. “Pedimos compreensão da população. Às vezes não é caso de captura, basta se manter longe para que o animal possa voltar ao seu habitat. Se for caso de captura, as vezes vai demorar um pouco para a chegada da equipe. Em Campo Grande já teve casos de em um dia, a PMA capturar 7 animais”, explica o porta voz da corporação tenente-coronel Ednilson Queiroz.
Para os casos em que o animal estiver machucado, ou até mesmo se houve um atropelamento, a orientação é buscar assistência. Desde 1987 o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) não só recepciona os animais apreendidos em operações de combate ao tráfico ou atropelados nas rodovias, mas também recebe os que são entregues pela população para atendimento e futura reinserção do bichinho a natureza.
“Cerca de 90% dos animais que nós atendemos aqui são devolvidos à natureza. Então, a grande maioria desses animais nós conseguimos fazer a correção de fratura, estabilizar o animal. Nós conseguimos, com o empenho de toda equipe, devolvê-lo a natureza”, destaca o veterinário do CRAS, Lucas Cazati.
Para casos de atropelamento e morte do animal, a PMA orienta parar o veículo em local seguro, e se o animal estiver no meio da rua retirá-lo da via e acionar a empresa que realiza a gestão de resíduos na cidade. Em Campo Grande, a Solurb é responsável por essa remoção, e inclusive contribui com o mapeamento de endereços onde há maior ocorrência de acidentes com animais para posteriores campanhas educativas.
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