Por Viviane Freitas | 7 dezembro, 2023 - 8:47
A funcionária municipal, Suzy Meire Velasque, 49 anos, foi exonerada do cargo nesta quarta-feira (6) após ser acusada de injúria racial pela advogada, Juliana Silva, de 31 anos, na madrugada de domingo (2) durante o show do cantor Belo, em Campo Grande.
A publicação sobre a exoneração da suspeita foi divulgada no Diário Oficial de Ribas do Rio Pardo com a data de rescisão de terça-feira (5) e assinada pelo prefeito da cidade, João Alfredo Danieze. Ela trabalhava como agente de proteção social com o contrato que tinha o contrato até no ano 2024.
No último domingo, a advogada contou em um vídeo publicado nas redes sociais como se deu a situação. De acordo com ela, a agressora pegou uma bebida e atirou em uma menina que passava, mas a bebida acabou acertando Juliana. Ela manteve a calma e respirou fundo. Com isso, a filha da agressora estava ao lado de Juliana e se incomodou com a situação, começando a tocar na vítima, que pediu para não fazer isso.
“Em seguida, a mãe dela veio para cima de mim me empurrar, ficar me tocando e falar várias coisas de baixo calão. A todo momento falava para não encostarem em mim. Mas, a mulher então olhou e disse: olha para você, guria, se enxerga”. Neste momento, a advogada a questionou e a agressora então passou a mão em cima do próprio antebraço e afirmou – “por isso” [se dirigindo a cor da pele] e além de repetir o ato.
Algumas moças, também negras, que estavam próximas foram chamar a segurança que por motivo desconhecido não apareceu. O celular da moça que gravava a ação foi quebrado pela agressora. “Atos como esse não devem ficar impunes” afirmou Juliana no vídeo.
Em menos de 24 horas o vídeo viralizou e, Juliana conseguiu identificar a suspeita e realizou o boletim de ocorrência. “Queria deixar uma mensagem para minha comunidade preta, queria pedir que não se calem. Nós temos hoje uma legislação que nos abraça. A gente teve uma alteração recente, onde configura hoje injúria racial equiparado ao racismo, então hoje a injúria racial é um crime inafiançável, imprescritível e tem uma pena aumentada de dois a cinco anos”.
“Nós temos o ministério da igualdade racial hoje também, que luta pelos nossos direitos. A gente vai conseguir exterminar, pelo menos um pouco, o racismo no mundo se a gente tiver atitudes como essa de denúncia que acontecem todos os dias contra nós. É um absurdo, mas a gente está aqui na luta que juntos somos mais fortes” complementou a advogada.
24 novembro, 2024
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