Por João Paulo Ferreira | 17 junho, 2024 - 17:01
Já em clima de saudades e contando as horas para a chegada da edição de 2025, os campo-grandenses se despediram do Arraial de Santo Antônio de Campo Grande, na noite de domingo (16), na Praça do Rádio Clube. A festa, que reuniu mais de 39 mil pessoas ao longo dos cinco dias de atividades, congregou amantes da música, do artesanato, da gastronomia e devotos do padroeiro da Capital, revelando a riqueza e a pluralidade cultural de Campo Grande.
A abertura ficou por conta da quadrilha com o grupo Pé na Brasa, que apresentou a coreografia “O amor dos espantalhos”. Composto por alunos do sexto ao nono ano, da Escola Municipal Isauro Bento Nogueira, do Distrito de Anhanduí, o projeto visa estimular a participação dos alunos nas atividades culturais da comunidade. “Essa é uma excelente oportunidade de trazer para essa geração algo que há alguns tempos era bem presente, que são as quadrilhas. Havia concursos de quadrilhas e uma grande mobilização nesse sentido”, disse o diretor da escola, Julio Anibal Gonzales Benites.
A apresentação emocionou Dona Carmem Flores, de 64 anos. Moradora da região central e boliviana radicada em Campo Grande, ela se diz apaixonada por quadrilhas e chegou cedo para garantir um bom lugar. “Moro aqui há 16 anos e sempre acompanho as atividades na praça. A quadrilha é uma das minhas preferidas e ver esses jovens dançando é maravilhoso pois isso significa a continuação dessa tradição”, comentou.
Logo depois, o Bonde do Flashback animou o público. Com dez anos de criação, o grupo mistura a tradicional quadrilha com batidas da Eurodance e dos balanços das décadas de 1980 e 1990. Katia Lima da Rosa, integrante do Bonde, destacou a importância da festa. “Nosso grupo tem pessoas de todas as idades, hoje vamos para a pista com uma integrante com 5 anos e outra com 62. A festa junina é atemporal e as pessoas acolhem bastante”, disse ela.
O Arraial de Santo Antônio também tem um papel socioeconômico relevante, onde organizações beneficentes fortalecem seus caixas. Este ano, 35 entidades assistenciais foram selecionadas para atuarem durante os cinco dias, e todo o dinheiro das vendas foi destinado às instituições. A Associação Campo-grandense da Pessoa com Deficiência (ACPD) comemorou o sucesso. “Superou todas as nossas expectativas. São 22 anos participando desse evento tão importante e nós podemos dizer que este foi um dos melhores anos para nós”, afirmou a coordenadora Juliana Lanzarini.
Segundo Lanzarini, a ACPD atende 300 pessoas nas áreas de saúde, assistência e educação, e já definiu o destino dos recursos arrecadados. “Vamos melhorar nossas estruturas, instalar um toldo sobre a passarela e ar-condicionado nas salas, graças ao excelente ano que tivemos aqui”, comemorou.
A festa também se consolidou como referência gastronômica. Henrique Pagliari Brum e Larissa Pereira Mikuri, por exemplo, fizeram um tour gastronômico pelo Arraial. “Já estivemos aqui ontem, mas não consegui comer a pamonha, então voltamos”, disse Larissa. Henrique destacou o clima agradável e a organização do evento. “A festa está ótima, clima agradável, valeu muito à pena”, comentou.
Na parte musical, o forró Ipê de Serra embalou a multidão com clássicos do gênero e sucessos de outros estilos musicais. José Luiz Machado da Silva e Rafaela de Oliveira, amigos apresentados pela dança, aproveitaram o último dia do Arraial. “A dança é uma terapia, aqui a gente esquece todos os problemas e ainda faz amigos. Não podia ter maneira melhor de fechar a festa”, disse Rafaela.
Encerrando o evento, a dupla Alex e Yvan manteve vivas as tradições com sucessos dos Violeiros de Bodoquena, destacando a viola caipira e o modão raiz. O público cantou do começo ao fim, demonstrando a importância e a vitalidade das tradições culturais de Campo Grande.
10 outubro, 2024
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