Por Viviane Freitas | 20 outubro, 2023 - 10:40
Nascida em uma família de artistas, Sônia Costa Corrêa, de 61 anos, se encontrou artisticamente através da pintura. As telas foram o primeiro passo da aquidauanense que depois descobriu o artesanato e posteriormente a cerâmica.
Sônia morava e trabalhava em Campo Grande, mas voltou para a terra natal onde dedica tempo a produção de cerâmicas. As obras dela carregam a identidade sul-mato-grossense e evidenciam a presença da fauna do Pantanal. “Com a cerâmica não, com a cerâmica você faz o que quiser. Comecei a fazer cerâmica e usei muito o feminino e o Pantanal foram os temas que mais usei”, afirma.
Primeiro, ela conta sobre a família formada por pessoas talentosas em diferentes áreas. “Eu sou de uma família de artistas tanto do lado do meu pai, quanto da minha mãe. Tem gente que pinta, faz teatro, fábrica viola, então tem de tudo um pouco”, diz.
Sem mencionar datas e até mesmo a idade que tinha, a aquidauanense relata que encontrou nos quadros uma forma de expressão. “Eu comecei minha vida pintando, primeiro foi com pastel seco, depois tinta a óleo, tinta acrílica e depois comecei a fazer artesanato com osso”, recorda.
Formada em Educação Artística com especialização em Artes Plásticas, Sônia já evidenciava nas telas a influência do Pantanal. O artesanato com osso foi uma extensão do trabalho e durante quase trinta anos a artesã produziu peças nesse material. Sônia deu curso da arte no osso em Jardim, fez exposições, porém um dia precisou deixar tudo isso para trás.
A despedida do artesanato com osso deu início a um novo capítulo na vida de Sônia. Desde 2018, ela descobriu na cerâmica uma nova possibilidade de artesanato e expressão. A mudança do ‘duro’ para o ‘mole’ foi algo que a agradou. A ceramista fala sobre a liberdade que a cerâmica traz.
“A cerâmica é uma coisa assim, por exemplo, o osso é limitado e eu não conseguia fazer uma peça grande. Com a cerâmica não, com a cerâmica você faz o que quiser. Comecei a fazer cerâmica e usei muito o feminino e o Pantanal foram os temas que mais usei”, afirma.
Segundo o portal de notícias Campo Grande News, os principais destaques feitos por Sônia são os porta-guardanapos inspirados em quati, a fruteira inspirada em jacaré, o medidor de macarrão no formato de Ema e uma coleção de pratos que carregam os tons e desenhos da onça-pintada. O tamanduá, a capivara e o tuiuiú também têm espaço em suas criações. Algumas das canecas produzidas por ela carrega a silhueta desses animais.
Descrita como uma ‘ceramista singular de Aquidauana’, Sônia vez ou outra vem à Capital e traz algumas das peças, que são comercializadas em eventos ou encomendadas por clientes. O trabalho dela tem o selo Made In Pantanal, que é uma iniciativa do Sebrae de Mato Grosso do Sul para valorizar a cultura do povo pantaneiro e promover o desenvolvimento econômico.
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