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Documentário revela a história oculta do heavy metal em Campo Grande

Filme Barulho do Mato expõe a força e as dificuldades do gênero musical na capital sul-mato-grossense

Por João Paulo Ferreira | 9 setembro, 2024 - 15:19

Foto: Carlota Philippsen

Na próxima quarta-feira (11), o Museu da Imagem e do Som (MIS), em Campo Grande, será palco da exibição do documentário Barulho do Mato, que traz à tona a história da cena do heavy metal na capital de Mato Grosso do Sul. O filme foi produzido com recursos do Fundo de Investimentos Culturais (FIC) do estado, sendo promovido pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura). O evento é gratuito e aberto ao público.

O documentário, dirigido pelo jornalista Lucas Arruda e pela cineasta Mariana Sena, apresenta a trajetória do heavy metal na cidade, explorando a força do estilo musical, que resiste através de riffs marcantes e letras que abordam questões profundas. Barulho do Mato remonta às décadas de 1980, 1990 e início dos anos 2000, um período de intensa diversidade e transformação do metal em Campo Grande.

De acordo com Lucas Arruda, o projeto nasceu de uma inquietação sobre a falta de registros consistentes da história musical local. “Campo Grande ainda carece de um registro mais consistente de sua história musical. Talvez isso seja reflexo de um Estado jovem. Senti que faltava algo que contasse a trajetória do metal por aqui”, comenta o diretor. “Onde estão as histórias das bandas? Especialmente as antigas. Quem foi o primeiro? Como tudo começou? A partir dessas perguntas, conversei com amigos do meio, como Lelo, guitarrista do Katastrofe, e Kão, do punk, que sempre esteve presente no metal. Foi assim que o projeto começou a ganhar forma até conseguirmos financiamento para iniciar a produção”, explica.

O filme destaca bandas icônicas que marcaram a cena do metal sul-mato-grossense, como Alta Tensão, Necroterium, Sacrament, Disharmonical Tempest, Katastrofe, No Name, Kreatures Dark e Haze. Essas bandas, algumas das quais já não estão mais ativas, desempenharam um papel fundamental na evolução do heavy metal em Mato Grosso do Sul, conforme retratado no documentário.

A produção também toca em um ponto sensível: a perda de músicos e produtores do período retratado, bem como a destruição de materiais audiovisuais que documentavam essa época. “Registrar esses relatos é uma tarefa urgente, especialmente porque já perdemos alguns músicos e produtores daquele período, assim como materiais audiovisuais que retratavam a época”, enfatiza Arruda, ressaltando a importância de preservar essa memória antes que desapareça.

Cátia Santos, diretora de fotografia e editora do documentário, comenta os desafios envolvidos na produção de Barulho do Mato, especialmente em um cenário onde o sertanejo é o gênero predominante. “Contar a trajetória de um estilo musical como o heavy metal em um Estado onde o sertanejo predomina foi um desafio. A fotografia e a edição são elementos-chave neste trabalho, pois ajudam a tecer as histórias que construíram nosso metal”, explica.

O documentário também examina as adversidades e vitórias enfrentadas pelos músicos de metal em um Estado conhecido por seu conservadorismo, abordando não apenas os obstáculos culturais, mas também os logísticos. A produção discute as influências que moldaram a cena do heavy metal em Mato Grosso do Sul e como esse movimento deixou uma marca duradoura no cenário artístico local.

O evento de exibição do documentário acontecerá no MIS, localizado no 3º andar do Memorial da Cultura e da Cidadania, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, no Centro de Campo Grande. A sessão está marcada para as 19h, com entrada gratuita. O público pode obter mais informações através do Instagram @assessoriaarruda.

Serviço

Exibição do documentário Barulho do Mato
Data: 11 de setembro (quarta-feira)
Horário: 19h
Local: Museu da Imagem e do Som, localizado no 3º andar do Memorial da Cultura e da Cidadania, Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro – Campo Grande
Entrada gratuita

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