Por João Paulo Ferreira | 26 dezembro, 2024 - 17:45
Com financiamento da Lei Paulo Gustavo, o projeto Vémo’um, que significa “Nossa Voz” em terena, traz à tona histórias e vivências da Aldeia Urbana Marçal de Souza, em Campo Grande. O curta-metragem, com lançamento previsto para 19 de abril de 2024, celebrará o Dia Nacional dos Povos Indígenas, destacando temas como identidade, memórias e os desafios de ser indígena no contexto urbano.
A iniciativa, idealizada pela gestora cultural Maria Auxiliadora Bezerra e pela atriz Thaís Umar, inclui oficinas de cinema e fotografia realizadas com a comunidade. As filmagens principais ocorreram em dezembro e reuniram depoimentos de oito moradores, representando diferentes gerações. “Dentro e fora da cena, vi o empenho de cada um”, disse Thaís, ressaltando a potência dos relatos sobre identidade e memórias. Para ela, o projeto também é uma forma de ocupar espaços digitais e artísticos: “As oficinas vieram para valorizar a cultura indígena e ampliar a voz das comunidades”.
O Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, ponto simbólico para a comunidade, desempenha papel central no documentário, reforçando a importância histórica e cultural da aldeia. Para Maria Auxiliadora, a iniciativa é uma resposta ao mundo digital, buscando dar voz aos cerca de 80 jovens da aldeia: “Vivemos em uma realidade onde o virtual é muito presente. Queremos ressaltar a importância da ocupação desse espaço digital pelos jovens”.
A experiência das oficinas foi marcante para os participantes. Sâmara Figueiredo, uma das alunas, foi selecionada para ser entrevistadora no set. “Foi uma honra ser convidada. É mais um desafio superado”, afirmou. Já Kauê B. Escobar destacou o aprendizado técnico em fotografia e edição: “Aprendi técnicas como enquadramento e troquei experiências com os colegas. Isso soma muito para mim”.
O ator e roteirista Breno Moroni, responsável pela preparação de elenco, acredita que o projeto fortalece a cultura indígena e fomenta novos artistas. “O puramente artístico é colocar o indígena como músico, ator, cinegrafista. O audiovisual é uma poderosa ferramenta de denúncia e documentação”, explicou.
O Vémo’um conta com uma equipe técnica diversa, incluindo Thaís Umar (direção e produção), Breno Moroni (roteiro e elenco), Antônio Lopes (fotografia e edição de vídeo), e Rodrigo Bezerra (áudio). A realização é fruto de edital da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e reafirma o compromisso com a valorização da diversidade cultural e a inclusão digital.
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