Por João Paulo Ferreira | 23 setembro, 2019 - 11:47
Filho de vendedor de caldo de cana, João Andrade, de 19 anos, sempre achou um desperdício ver o pai jogar fora todo fim do dia o resto do caldo de cana feito. O caldo de cana tem microrganismos que fermentam rapidamente e estragam a bebida, podendo causar náuseas e diarreia.
Nascido em Nova Alvorada do Sul, ele se mudou para Coxim aos 15 anos para trabalhar e cursar o ensino médio. Na escola, recebeu um desafio de um professor: Resolver um problema que eles vivenciassem usando a ciência. Logo João pensou em resolver o problema do pai e conservar o caldo de cana por mais de um dia.
Com sua parceira de estudos Maria Eduarda Pereira, após 6 meses de estudos, eles decidiram o método a ser utilizado: Pasteurização, que consiste em submeter o produto a alta temperatura e logo após resfria-lo, assim como é feito com o leite e sucos em geral.
Após 2 anos de estudos e inúmeros testes, eles chegaram a receita final. Aquecer o caldo de cana a 90°C por 5 minutos e imediatamente resfriar a 7°C com banho de gelo. O processo conserva o caldo de cana refrigerado por até 20 dias.
Ao expor o projeto em uma feira estudantil em Belo Horizonte, ele atraiu a atenção de pesquisadores do Instituto Fiocruz, que observaram que o processo que João criou elimina o causador da Doença de Chagas, doença que matam cerda de 4600 pessoas por ano.
Ele embarcou para os Emirados Árabes para apresentar o estudo em uma feira que conta com estudantes de mais de 50 países.
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