Fernando Hoffmeister é o fundador da primeira Startup do segmento pet no Brasil

Depois de uma sucessão de portas fechadas e frustrações empresariais, o campo-grandense Fernando Hoffmeister, 29 anos, deu início à sua ascensão empreendedora com a criação da primeira e única Startup do segmento pet na América Latina: a ‘+Pet’, que nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Hoje, conta com o apoio do ‘cara dos bichos’ que se tornou sócio e apoiador da plataforma, o embaixador do ecoturismo do Brasil, Richard Rasmussen.

Mas até os dias de glória, o CEO passou por muitos altos e baixos entre frustrações, dinheiro perdido e muitas mudanças. Ao O Sul-Mato-Grossense, ele conta em detalhes um pouco dessa caminhada rumo ao sucesso!

Confira a trajetória:

A ideia

“Eu sempre gostei de animais. Mas foi em 2010, morando em Brasília, que eu percebi que a cada quadra que eu passava, um Pet Shop era aberto. Isso me chamou muito a atenção. Então, surgiu um rascunho do projeto da +Pet, ainda muito simples”, explica.

Ele conta que a ideia inicial era abrir um site de anúncio de animais e serviços do segmento do mercado pet. “Eu queria fazer simplesmente um site onde as pessoas conseguissem encontrar animais e também serviços para seus pets”, comenta.

Retornando a Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ele tentou empreender e por três vezes consecutivas, falhou. “Cometi muitos erros, principalmente na área administrativa, erros esses que eu levo de aprendizado para o resto da vida”, diz.

Decidido então a trancar o projeto em uma gaveta e jogar a chave fora, o campo-grandense começou a cursar a faculdade de Engenharia, logo em seguida a trabalhar na área e então falhou novamente. “Eu trabalhava no que eu não gostava e isso me deixava infeliz, foi então que eu desisti e percebi que eu tinha chegado no fundo do poço”.

Mas, foi no fundo do poço, desempregado e com muitas dívidas que ele encontrou a chave da gaveta onde tinha trancado o projeto, que em um futuro bem próximo seria a reviravolta da sua vida profissional, mas nessa época ele ainda não sabia.

“Eu tirei meu sonho da gaveta, estudei ele novamente e caí na real: não tinha dinheiro. Eu precisava de grana para dar início ao meu sonho, mas era exatamente o que eu não tinha e então, novamente, ficou só no papel”, conta

O impulsionamento

A história começa a mudar com um acontecimento muito importante na família de Fernando: o falecimento de seu padrasto. Uma fatalidade que mudou a sua mente e proporcionou o impulsionamento que tanto precisava.

“Me lembro até hoje, foi em uma sexta-feira, nós estávamos conversando e ele me perguntou qual era o projeto que eu tinha anotado na geladeira. Eu expliquei e naquela última conversa recebi palavras incentivadoras. No mesmo dia, ele viajou e na segunda-feira, veio a falecer. Foi nesse momento que eu decidi colocar o meu projeto em prática, pois a vida é uma só”, comenta.

A trajetória

Motivado, um belo dia ele sentou com um amigo e os dois colaram no papel o que precisariam para iniciar a +Pet. “Avaliamos e voltamos à estaca zero: dinheiro. Na ponta do lápis, percebemos que seria necessário muito dinheiro, além do que eu imaginava”.

Um certo dia, durante um programa de televisão, Fernando teve aquilo que chamamos de ‘insight’. “Minha mãe me mostrou um programa que apresentava um grande empresário, com nome espalhado no mundo inteiro e que seria um possível investidor no meu negócio, lá fui eu atrás dele. Com R$ 500 no cartão de crédito, fui com a cara a coragem”.

De terno e com uma pasta na mão, Fernando vai atrás do suposto empresário, fica plantado no hall do escritório e com muita insistência é atendido somente no outro dia. “Insisti novamente no outro dia, fiquei aguardando ele chegar, até que consegui uma reunião e recebi um belo de um não. Mas foi um não muito produtivo, ele me deu algumas dicas, praticamente uma mentoria, que embora eu estivesse frustrado, sai de lá motivado”, explica.

No retorno a Campo Grande, ele reuniu uma lista de potenciais empresários que pudessem investir em seu projeto, mas novamente bateu de cara com a decepção. “De todos os empresários que eu chamei, ninguém apareceu. Somente um rapaz que estava curioso para descobrir o que era uma Startup, mesmo assim eu apresentei e sem imaginar, recebi então o meu primeiro investimento, no valor de R$ 190 mil”, conta.

O projeto sai do papel

Sem experiência no ramo do empreendedorismo ou em construção e desenvolvimento de aplicativo, o projeto sai do papel. Mas, em um ano, os problemas se acumulam. “Tive diversos problemas com desenvolvedores, marketing, entre outros investimentos que não deram certo. Foi então que eu percebi que meu projeto não era aceito no mercado”, conta.

Mas a vontade de lançar a sua Startup ainda não tinha se acabado e foi pesquisando artistas do segmento que a +Pet se encontrou com o ‘cara dos bichos’. “Eu mandei um e-mail para o Richard Rasmussen, ele me respondeu, nós marcamos um encontro. Apresentei para ele a Startup e saí de lá sem uma resposta”. Um mês depois, Fernando recebe a ligação que mudou a trajetória da sua vida. “Ele me disse ter pensado melhor, viu que o negócio era bom e então fechamos a sociedade”.

Novos Ares

Com a consciência de que os R$ 190 mil tinham se esgotado e o produto ainda não estava no mercado, um novo ‘insight’ acontece. “Eu morava no meu escritório, e foi ali, deitado no colchão que eu assisti a um filme sobre a Índia e tive a ideia ir para lá desenvolver o produto”.
Entre tratativas e networkings, o trabalho foi iniciado. “Comecei a entrar em contato com os indianos, mesmo não falando em inglês e com muito esforço, depois de três anos, enfim lançamos nosso aplicativo em Brasília – Distrito Federal”.

+Pet

Um projeto iniciado com uma pequena ideia se transformou em uma Startup que criou o maior ecossistema do mercado Pet. A plataforma +Pet proporciona aos usuários donos de pets a possibilidade de encurtar a jornada de compra de 5 horas para 10 minutos, além de pagamentos pelo aplicativo e cashback.

Com o aplicativo, é possível gerenciar a rotina do seu pet através da agenda virtual e carteira de vacinação digital. Além disso, é possível criar um álbum de fotos e ainda há a opção de adotar ou comprar um bichinho. O download é gratuito.

Desenvolvido no ano passado, o aplicativo já tem mais de 100 mil downloads e está disponível nas plataformas iOS e Android.

Todos os parceiros são credenciados e possuem o selo de responsabilidade Richard Rasmussen, que garante que nenhum bichinho é maltratado. A +Pet também ajuda a encontrar clínicas, serviços de petshop e até pet walker (passeador de cachorros). Tudo de acordo com a localização e de graça.

“Eu tive altos e baixos, muitos erros, perdi muito dinheiro! Em três anos, vários perrengues me fizeram amadurecer e chegar até aqui. Não vamos desistir até nos tornarmos um dos big players do mercado”, finaliza.

Saiba mais em: https://maispet.app/