Por Redação | 2 outubro, 2020 - 21:18
Pouco mais de dez meses após o Vaticano reconhecer um milagre do adolescente italiano Carlo Acutis que teria ocorrido em Campo Grande, o corpo do jovem foi levado nesta quinta-feira (1º) à basílica superior de São Francisco, em Assis, na Itália, para a beatificação. A cerimônia está marcada para as 16h30 de 10 de outubro.
Carlo Acutis foi um adolescente católico que morreu de leucemia em 2006, aos 15 anos. Ele ficou conhecido como “padroeiro da internet” entre os fiéis e será beatificado na próxima semana pelo Vaticano, que reconheceu o que considera ser um milagre realizado por ele no Brasil.
“O milagre foi reconhecido pela equipe médica e agora ocorrerá a beatificação. Em seguida, terá o processo de canonização, mas, outro milagre precisa ser reconhecido. Vamos começar a postulação da causa em breve. Agora, por conta da pandemia, não estarei presente lá [na Itália], porém, estou muito feliz com o resultado de todo o nosso trabalho”, afirmou ao G1 o padre Marcelo Tenório, de Campo Grande.
O milagre reconhecido pelo Vaticano teria acontecido em 2010. Na época, Tenório comandava a paróquia de São Sebastião e realizava missas, sempre no dia 12 de outubro, com uma relíquia do italiano Carlo Acutis.
Foi quando um avô, desesperado com o neto doente, levou o garoto até a paróquia. Segundo a família, o menino foi curado ao tocar na roupa com sangue de Carlo Acutis.
A partir deste sábado (3), na Paróquia São Sebastião, onde o milagre teria ocorrido, serão feitas novenas. “É um agradecimento a Deus pela beatificação de Carlo, algo que estamos esperando há muito tempo. Muito felizes com essa graça de Deus”, disse Tenório.
Segundo o padre, para o dia da beatificação, 10 de outubro, foram abertas inscrições via internet – a capacidade máxima atual da paróquia é de 200 pessoas.
“Os pedidos excederam em pouco tempo, então estarão os fieis, a família e o pessoal da igreja. Após a beatificação, ele [Carlo Acutis] poderá ser cultuado publicamente, e depois vem a segunda etapa, que é o processo que falei antes, de canonização”, disse.
De acordo com Tenório, Carlo Acutis era pouco reconhecido na Itália. “Ele fazia a evangelização de jovens na internet e possuía um relacionamento muito íntimo e interessante com o Brasil, mesmo nunca estando aqui. Só que aqui ele acabou ficando bem conhecido e ocorreu este milagre com o Mateus [garoto que sofria de problema no pâncreas e teria sido curado ao tocar na relíquia de Carlo]”, relembrou.
Segundo o Vaticano, o corpo de Carlo Acutis está em bom estado de conservação — a igreja afirma que os restos mortais foram “recompostos”, mas não detalha o processo.
“Fizeram a exumação do corpo, o que chamamos de levantamento do cadáver para dizer que a pessoa existe. Neste processo, às vezes, o corpo está intacto, com todos os órgãos perfeitos. No caso dele, o coração estará em um relicário. Agora, existe uma briga na internet para dizer que o corpo está ou não incorrupto, porém, o que as pessoas não entendem é que existem graus de incorruptibilidade”, afirmou Tenório.
Como exemplo, Tenório cita o corpo de Santa Rita de Cássia, que estava “seco e enegrecido” quando encontrado — o que não significava que não estava incorrupto na época.
“Na linguagem popular quer dizer que a terra não comeu, não apodreceu. No caso do Carlo, houve um processo de tratamento e hidratação, que se estendeu por 2 meses. Só que o corpo está em perfeito estado e foi exposto ontem. A ciência nunca diz que está incorrupto, fala que está em perfeita preservação”.
Fonte G1/MS
23 novembro, 2024
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