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Jurassic Park’ brasileiro? Nioaque é conhecida como Vale dos Dinossauros

Cientistas encontraram pegadas de dinossauros em Nioaque e atraíram atenção internacional para o passado da cidade que fica no interior de Mato Grosso do Sul

Por Viviane Freitas | 22 janeiro, 2024 - 8:03

Nioaque, cidade do Centro-Oeste brasileiro com pouco mais de 13 mil habitantes, guarda em suas rochas vestígios de um passado marcante: há 140 milhões de anos, pode ter sido o lar de um vale habitado por dinossauros. A pesquisa realizada por paleontólogos do Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro revelou que a região era um vasto deserto, com algumas áreas alagadas que abrigavam dinossauros de até seis metros. Assista ao vídeo acima.

As pegadas foram inicialmente descobertas em 1990 às margens do rio Nioaque. No entanto, somente em 2021, após diversas escavações e estudos, os cientistas do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) conseguiram identificar as espécies e publicaram os resultados na revista científica “Journal of South American Earth Sciences”, dedicada às ciências da terra.

Embora existam diversas marcas nas rochas que parecem ser pegadas, algumas são concreções que podem ser confundidas com icnofósseis, ou seja, registros geológicos de atividade biológica. “Nesse sítio, só existem duas pegadas comprovadas. O restante são concreções, que não necessariamente são pegadas”, reforçou Sandro Scheffler, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que participou da pesquisa.

O paleontólogo Rafael Costa da Silva, também membro do grupo de pesquisa, explicou que os estudos não se limitaram aos primeiros resultados, mas incentivaram a continuidade da pesquisa. “Fizemos moldes de silicone em 2007 e utilizamos tecnologias de modelagem digital. Conseguimos manipular aquele objeto de forma tridimensional. O importante é preservar a informação que essas pegadas trazem”, relatou Rafael.

🦕 Apesar das décadas de pesquisa, não foi possível identificar as espécies que habitaram Nioaque durante a Era Mesozoica, quando os répteis dominavam o ambiente terrestre. “Não identificamos espécies de dinossauros a partir de pegadas. Identificamos apenas o grupo dos dinossauros, nunca a espécie”, completou o paleontólogo.

Mesmo sem a espécie definida, foi possível determinar que os animais eram carnívoros e herbívoros, variando de um a até seis metros de comprimento.

Além das pegadas, os pesquisadores coletaram fósseis de um pequeno invertebrado identificado em uma espécie de toca cavada por animais extintos que viviam em abrigos subterrâneos, chamados de paleotoca.

Rafael destacou que as rochas onde estão as pegadas comprovadas são do tipo Botucatu, características de um extenso deserto que cobria uma ampla área entre o Uruguai e o Mato Grosso do Sul. “Este arenito foi formado em um grande deserto de dunas. Descobrimos que nesta época desértica, que hoje é Nioaque, havia rios. Eram rios e desertos”, explicou.

Rocha na região de Nioaque (MS) tem característica de esponja e retém água — Foto: Rafael Costa da Silva/ Divulgação

Nioaque, conhecida como o “Vale dos Dinossauros”, pode receber esse título oficialmente, conforme projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Mesmo que poucos dos 13 mil habitantes tenham visto as pegadas, a cidade celebra os dinossauros com estátuas, pinturas e até lanches temáticos.

Em 2023, o programa +Natureza visitou a cidade e apresentou o passeio pelo “Vale dos Dinossauros” para quem deseja conhecer as pegadas.

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