Por Viviane Freitas | 1 julho, 2021 - 12:16
Com a frente fria que derrubou a temperatura em Mato Grosso do Sul nos últimos dias, antigo hábito que anda meio esquecido pelas novas gerações é relembrado em várias famílias. Tomar mate, ou chimarrão, é muito comum no ambiente rural e ganha força até na cidade com o friozinho.
A bebida, igual a um tereré, mas com água quente, foi herdada com a chegada de paraguaios e sulistas logo após a Guerra contra o Paraguai. Quem já tem como hábito tomar chimarrão, tenta ensinar os mais novos a combater o frio com a infusão de erva-mate em água fervente.
“Tomo muito quando faz esse frio”, afirma a campo-grandense, Bruna Correa, de 22 anos. No caso dela, o hábito vem da família e comemora o frio temporário. “Desde criança tomo com minha mãe e minha avó”, acrescenta.
Nas regiões de fronteira com o Paraguai, e principalmente na zona rural, os sul-mato-grossenses também mantêm o mate vivo. Maria Rodrigues, de 58 anos, é de Campo Grande (MS) e, assim como Bruna, toma chimarrão desde pequeno, mas nesse caso a descendência é gaúcha. “O hábito foi herdado dos meus pais e avôs, eles eram gaúchos e lá não pode faltar”, conta.
O frio é sempre uma boa companhia na hora de tomar chimarrão, mas Maria conta que tem o costume de tomar sempre, independente do clima. “No frio a gente toma mais, sim, até acha mais fácil parceiros para tomar junto, mas tomo sempre”.
Vamos ao passo-a-passo para preparar um bom mate:
1 – Prepare a água
A temperatura do mate uruguaio é comparável com a temperatura da água do Chimarrão, estando ideal em 73ºC. É possível saber o ponto correto mesmo sem um termômetro, pois nessa temperatura começam a se forma pequenas bolhas no fundo a chaleira.
2 – Sirva a cuia com 1/2 do volume em erva-mate
Devido às características da própria erva, o mate uruguaio “incha” mais do que o chimarrão gaúcho. Portanto, servir com a metade do volume em erva-mate é o ideal.
3 – Prepare a parede de erva-mate para em seguida cevar o mate
Tapando a boca da cuia com uma das mãos, vire-a de lado e balance, de maneira que a erva se posicione de um dos lados. Em seguida, gosto de pressionar a erva compactando a parede para assegurar o não desmoronamento da parede.
4 – Sirva a primeira água (cevar o mate) com a temperatura morna
A primeira água em qualquer tipo de mate não deve ser quente (à temperatura que se toma) para evitar o choque térmico na erva. Como já mencionamos em outros Blog posts, esse choque inicial faria com que a erva alterasse algumas propriedades, causando amargor.
A primeira água no mate uruguaio tampouco pode ser à temperatura ambiente. Pelo fato de a erva ser uma pura-folha, a água fria, de menor densidade, faria com que parte da erva boiasse sobre a água, desfazendo assim a parede e provocando o desmoronamento logo na primeira servida.
Portanto, água morna é ideal. Faça uma mistura de água ambiente e água da chaleira em ½ a ½.
5 – Repouse a cuia e espere que a erva absorva a água
Logo após colocada a primeira água, repouse a cuia e espere que a erva-mate absorva a água. O tempo de espera é de 1 a 2 minutos. Quando isso acontecer, a “parede” de erva estará bastante estável e então será o momento correto para introduzir a bomba na cuia.
6 – Introduza a Bomba
Tapando o bico da bomba com o polegar, introduza-a na cuia e encontre uma posição estável para a mesma. Como o mate uruguaio possui uma granulometria maior que a do chimarrão, você pode utilizar o bojo da bomba para “ajeitar” a erva no fundo da cuia, ou a parede.
7 – Aproveite o seu mate
O mate já está pronto. Neste momento, você já pode servir a primeira água quente e saborear o seu mate.
Para garantir que a água está na temperatura correta, sugerimos que o cevador (pessoa que cevou o mate) tome a primeira cuia, e somente depois, passe adiante. Dessa maneira, você garante que nenhum dos seus amigos irá se queimar com o mate.
23 novembro, 2024
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